Podemos considerar este mês de abril como abençoado, pois dois monstros sagrados do rock estão com discos novos. No início desta semana saiu "Fork In The Road", o novo trabalho do canadense Neil Young. Aos 64 anos idade e uma brilhante carreira desde 1968, quando entrou para o Buffalo Springfield (uma das mais influentes bandas do folk rock californiano).
Depois disso, começou uma carreira solo com sua banda de apoio, o Crazy Horse. Em 1970 entrou para o Crosby, Stills, Nash & Young e gravou o álbum clássico "Déja Vu". Apesar de integrante do CSNY, Neil Young continuou sua brilhante carreira solo, com uma série de álbuns indispensáveis. Ele foi fonte de inspiração da geração grunge e da geração indie noise dos anos noventa, como Sonic Youth, Buffalo Tom e Superchunk. Um crítico americano recentemente o chamou de "músico inquieto" e comparou sua velocidade em criar novas músicas com a urgência dos blogueiros na internet ao citarem notícias.
Depois de investir duramente contra o governo da guerra, do ex- presidente americano George W. Bush, em seus álbuns "Living With War" de 2006 e "Chrome Dreams II" de 2007, Neil Young reaparece com "Fork In The Road", um disco que tem seu foco na crise ambiental e principalmente na econômica.
Uma das inspirações desse disco também foi o tema carros, pois diante de toda essa crise da indústria automobilística americana, o compositor resolveu escrever um disco cujo tema central são os carros. Uma das inspirações foi um projeto chamado LincolnVolt, ao qual Neil Young se dedica há algum tempo e tem o objetivo de transformar seu carro, um Lincoln Continental de 1959 movido a gasolina, num carro elétrico. Neil sempre foi um apaixonado por carros, já cruzou a América com seu Lincoln. Musicalmente, o fã de Neil Young encontrará muito daquelas guitarras distorcidas, influências de blues e até mesmo suas geniais baladas.
E o mestre Bob Dylan chega o seu 33º álbum de estúdio, que sairá oficialmente no final de abril. No inicio deste mês, ele disponibilizou por um dia e gratuitamente em seu site www.bobdylan.com, a faixa "Beyond Here Lies Nothin´" de seu novo disco "Together Trough Life". Segundo Dylan, esse novo trabalho é bem diferente do anterior "Modern Times" de 2006, e discute a questão "amor", os perdidos, os encontrados os relembrados, etc... Musicalmente a fonte continua sendo o country folk e o blues.
Dois grandes músicos foram responsáveis pelos arranjos do disco, o guitarrista Mike Campbell (que toca na banda de Tom Petty & The Heartbreakers) e o acordeonista David Hidalgo (integrante da banda Los Lobos). Ainda de acordo com Dylan, esse é um disco mais introvertido nos moldes do álbum "Blood On The Tracks", de 1975. Para gravar "Together Trough Life", Bob Dylan fez questão de uma sonoridade de estúdios que lembrassem a década de 50, como os Estúdios da Sun Records (onde gravaram Elvis e Jerry Lee Lewis, dentre outros) e da Chess Records (onde gravavam Chuck Berry e Bo Didley).
Dylan quis fazer algo com um resultado sonoro mais para o sistema analógico (processo de gravação que utilizava fitas magnéticas) e rejeitou os modernos estúdios digitais. Enquanto Neil Young se concentrou na crise econômica mundial, Bob Dylan resolveu falar de amor e recentemente numa entrevista em site declarou que " a inspiração não é coisa muito fácil e indiferente de onde você a encontre, agarre-se nela."
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