quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Lirismo no pop rock...

Titãs - Epitáfio (Sergio Britto)

Samba e humor...

Marisa Orth e Vanessa da Mata - Iracema (Adoniran Barbosa)

Da série novos talentos: Aline Calixto.


Com um samba refinado, a carioca de coração e vida mineiros faz lembrar vez ou outra, a grande Clara Nunes mas com personalidade e cara próprias.

Lança seu primeiro disco: Enfeitiçado.


terça-feira, 22 de setembro de 2009

Mais curiosidades futebolísticas...

HELENO DE FREITAS

Heleno de Freitas foi um dos maiores craques do futebol brasileiro. Bom de bola, porém cheio de problemas na vida particular. Certa vez, contratado pelo Vasco da Gama, deixou o treino logo após terminada a primeira parte. O treinador o chamou e disse que o treino não havia acabado ainda. Ao que ele retrucou: “Pra mim acabou. Esses dois aí, e apontou para dois companheiros de time, não me passam a bola porque não sabem; e esses outros dois, porque não querem.” E foi embora.

Morreu em 1959. Louco devido à sífilis.


MOZART GOMES

Em 1958, o maior craque do futebol cearense, em todos os tempos, falecido recentemente, Mozart Gomes, era cotado para a seleção brasileira que disputou a Copa do Mundo na Suécia. Sua convocação somente não se concretizou porque teria que disputar o lugar, nada mais nada menos, com Pelé e Didi.

ARACATI

Armando Marques veio apitar um jogo Fortaleza e Ceará. Como era de costume daquele árbitro, pegou a súmula leu o nome dos jogadores dos dois times, pois tinha por normal chamar os jogadores pelo respectivo nome. Por exemplo, Pelé, ele chamava Edson. Leu a lista, porém não conseguiu ler o nome do número três do Ceará. Dirigiu-se até o jogador, o nada menos famoso Aracati e perguntou o nome dele.
Aracati olhou para ele e disse: “Meu nome sou dou a mulher”.

Sem se incomodar, Armando Marques respondeu: “Eu sou o juiz da partida. Sou o Armando Marques.”

Aracati, muito irreverente, falou: “Muito prazer, Belini do Vasco.”


Por Henrique César Pinheiro

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tutano no pop rock

Comida - Arnaldo Antunes, Titãs e Paralamas (Arnaldo Antunes)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Quem não gosta de Beatles?

Os números impressionam. Mais de dois bilhões de cópias de sua música foram vendidas em todo o mundo, entre LPs, cassetes, EPs, compactos, CDs e DVDs. Isso sem contar outros milhões de downloads não autorizados pela internet, material não-oficial e registros inéditos que circulam entre fãs ao redor do planeta e vendas correntes. Quase 30 canções atingiram o primeiro lugar nas paradas de sucesso apenas nos Estados Unidos. Artistas de várias gerações gravam e regravam seus sucessos há mais de 40 anos. Será que com todo esse retrospecto, ainda existe alguém que afirme não gostar dos Beatles?

“Diria que quem nega os Beatles totalmente é quase um E.T.”, afirma o jornalista e beatlemaníaco Geneton Moraes Neto que, por ossos do ofício, já esteve diante de Paul McCartney, George Martin, o ex-produtor da banda e considerado quinto beatle, e Pete Best, primeiro baterista, porém substituído por Ringo Starr no início da trajetória artística dos ingleses.

Para o cantor e compositor Milton Nascimento, “são os melhores músicos, com as melhores músicas e gravações de todos os tempos, e o resto é palhaçada”. Mas ele, que no início dos anos 70 reverenciou os Beatles na canção “Para Lennon e McCartney”, de Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brant, confessa que conhece “uma ou duas pessoas” que não gostam da banda. “Graças a Deus, não me lembro quem são”, comenta.

“Não sei como uma pessoa consegue viver sem Beatles, mas tudo bem”, lamenta a cantora e compositora Zélia Duncan, que também diz conhecer um notório músico brasileiro nada identificado com o som dos rapazes de Liverpool. Talvez o mais correto seria afirmar que todos, até mesmo os que não gostam, sofreram algum tipo de influência daqueles que são considerados, por público e crítica, o maior conjunto musical do século XX.

“Só não gosta, quem nunca ouviu. Porque nem aqueles que conhecem alguma canção, ou mesmo tiveram raiva do comportamento ou do cabelo daqueles músicos, escaparam do choque daquela música”, justifica o cearense Fagner.

Quem ousa discordar de uma turma dessas?

Fonte: G1>Musica

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gordurinha e Noel no mesmo palco...

Dois compositores nota 10 interpretados pela Osesp, Banda Mantiqueira e Mônica Salmaso.





Saiba tudo sobre Gordurinha em: http://wwwgordurinhaneto.blogspot.com/

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Não apenas um bom e breve solo de sax...

De um dos melhores discos do Pink Floyd (The Final Cut - 1983 onde mais se evidencia a saudável paranóia antibelicista de Roger Waters), The Gunner's Dream.



Na transição entre a voz e o início do solo de sax, não percebo quando uma termina e outro começa...

sábado, 5 de setembro de 2009

Karaokê Coletivo

Uma empresa de telefonia móvel inglesa promoveu essa mobilização na Trafalgar Square, em Londres, reunindo mais de 13 mil pessoas.
A empresa simplesmente mandou um convite pelo celular: "esteja na Trafalgar Square tal dia, tal horário".
E nada mais foi dito.
Os que foram acharam que iam dançar, como tem acontecido em outras mobilizações desse tipo.
Mas, na hora, distribuíram microfones, muitos, muitos, muitos mesmo, e fizeram um karaokê gigante, de surpresa !!!
E todo mundo que estava na praça, quem estava passando, quem nem sabia do convite, cantou junto.
É de arrepiar.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Inédita de Paul McCartney

Há 40 anos, o então beatle Paul McCartney engavetava a canção “How d’ you do”. Agora, a composição será finalmente ouvida pelos fãs na voz de Mallu Magalhães. A jovem artista (16 anos) grava a música inédita como parte do projeto "Beatles 69", do selo Discobertas (Microservice).

Organizada por Marcelo Fróes, a compilação trará canções compostas ou gravadas pelos Beatles no ano de 1969 e terá a participação de artistas como Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Ivan Lins, Milton Nascimento, entre outros, além de Mallu. O projeto deve ser lançado ainda este mês.

Fróes, responsável pela tradução no Brasil dos livros de George Martin, foi quem obteve esse material inédito. Gravada nos estúdios Na Cena, “How d’ you do” foi produzida por Raul Albornoz e mixada por ele e Luizinho Mazzei no Nosso Estúdio.

Paralelamente, Mallu finaliza a turnê de seu álbum de estréia homônimo no Tom Jazz nos dias 18 e 19 de setembro. Nestes shows, ela apresenta seus hits como “You know you’ve got”, “Don’t you look back”, “Tchubaruba” e “Vanguart”.

A cantora aproveita ainda para experimentar ao vivo algumas músicas inéditas que farão parte de seu segundo CD, que terá a produção de Kassin (Vanessa da Mata, Caetano Veloso, Jorge Mautner) e deve ser lançado ainda neste ano pela Agência de Música.

Cordel - O Balaio do Sumiço

I

Neste país varonil
de gente ruim que faz dó.
Com tantos para sumir
Sumiu logo o Belchior.
Do Pará devia sumir
Sebastião Curió.

II

De lá também pode ir
O tal de Jader Barbalho.
Junto com sua ex-mulher
para casa do Ramalho.
E levando do Amapá
O de bigode grisalho.

III

Do Amazonas pode ir
Senador Artur Virgílio,
Também o ex-governador,
O tal de Amazonílio.
Vamos agora avaliar
Quem vai doutros domicílios.

IV

Ao Piauí não fará falta
O tal senador Mão-Santa.
Leve também o Heráclito.
Contra? Ninguém se levanta.
Leve Patrícia que sumiu;
E Inácio só tem garganta.

V

O senador Flávio Torres,
E também Aldemir Santana,
Como ninguém os conhece
Serão tema de gincana.
E quem os quiser levar
Ganhará uma banana.

VI

Lá em Pernambuco o Jarbas
Denunciou a maracutaia
Da turma do PMDB
E de toda sua gandaia
Por isso levem embora
O Maciel, Jeferson Praia.

VII

A Alagoas é bem pior.
Tem Color e um tal Tenório,
Com Renan Calheiros podem
Ir de nosso território.
Melhor se fossem pro inferno
Sem passar no purgatório.

VIII

Se sumirem Almeida
Lima, Aloizio Mercadante
Todo povo brasileiro
Ficará bem exultante,
E levando o Suplicy
Com seu cartão vacilante.

IX

Com Álvaro Dias, Antônio
Carlos Júnior vou por,
E consigo vão levar
Valadares pra onde for,
Também Augusto Botelho
Estar ao inteiro dispor.

X

César Borges não faz falta,
Muito menos o Delcídio.
Alguns estarão melhor
Dentro de grande presídio.
E se Eduardo Azeredo
Praticasse suicídio?

XI

Cristovam Buarque e Pedro
Simon têm até algum crédito.
E para o nosso Brasil
Isso é fato inédito
Nossa classe política
Só acumula descrédito.

XII

De Expedito Junior
Jamais se ouviu falar.
Mas se conhecem as proezas
Do tal Romero Jucá.
Ninguém sabe que é Dias
Com prenome de Osmar.

XII

Eliseu Resende, Flexa
Ribeiro, Efraim Morais,
Epitácio Cafeteira
Todos eles são iguais.
Qualquer cargo político
Não exercerão jamais.

XIV

Flávio Arns saiu do PT
Envergonhado bastante.
Pelo menos teve coragem
E discordou do mandante.
Francisco Dorneles outro
Que sempre vai a jusante.

XV

Garibaldi Alves Filho
É do Rio Grande do Norte,
Também Agripino Maia
Lá não há mais quem suporte.
Fátima Cleide, Geraldo
Mesquita também se exporte.

XVI

Gérson Camata, Gilvan
Borges velhos conhecidos
Gilberto Goellner, e Gim
Argello estão esquecidos
Devem ser aos seus estados
De imediato devolvidos.

XVII

Santa Catarina tem
A tal Ideli Salvatti
Caso fosse seqüestrada
Ninguém pagaria o resgate,
Nem que o preço cobrado
Fosse um simples abacate.

XVIII

Os quatro Joãos: Durval,
Pedro, Ribeiro, Claudino,
Não fazem nenhuma falta,
Muito menos Agripino,
Pois na defesa do povo
Não há nenhum paladino.

XIX

José Nery, a Kátia Abreu,
Também Leomar Quintanilha,
Lobão Filho, Lúcia Vânia,
Compõem a camarilha,
Com Magno Malta vão pra
longe daqui muitas milhas.

XX

Crivella e Marconi Perillo,
Maria do Carmo, Marina
Silva, essa senadora,
Com os outros não combina,
Por isso deve ficar.
Pros demais grupe suína.

XXI

Mario Couto, Fecury,
E a Marisa Serrano,
Há um prêmio para quem
Conhecer os três fulanos,
Que poderão ir embora
Pro outro lado do oceano.

XXII

Consigo devem levar
Mozarildo Cavalcanti,
Neuto de Conto e Papaléo
Paes devem ir muito antes.
Pois Paulo Duque e Paim
Vão agora neste instante.

XXIII

Junto a Raimundo Colombo
E Renato Casagrande,
Pois Roberto Cavalcanti
Já se encontra lá nos Andes.
Romeu Tuma ninguém vê,
Em São Paulo ou Rio Grande..

XXIV

Rosalba Ciarlini, Sérgio
Zambiasi e Sérgio Guerra,
Serys Slhessarenko daqui
Vão embora pra outra terra.
Para Tasso Jereissati
Bom descanso lá na serra.

XXV

Tião Viana e Valdir Raupp,
Valter Pereira lhes desejo,
E pro Wellington Salgado
De Brasília um despejo,
Pra bem longe do Brasil
Pode ser pra Saravejo.

XXVI

Podem sumir do país
Todos nossos senadores,
Prefeitos e deputados
E também os vereadores.
Quiçá nosso presidente
E seu bando de assessores.

HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
SETEMBRO/2009

O ciúme...

Quando Lupicínio Rodrigues foi procurado por seu empregado, um jovem de 19 anos para lhe dizer que sua companheira Mercedes o havia assediado, ele não pensou duas vezes e a expulsou de casa. Meses depois chegou ao seu conhecimento que ela estava entregue ao vício pelos bares. Com a inspiração do fato, ele então compôs aquela canção que seria um de seus maiores sucessos: Vingança. Na voz de Linda Batista foi o 1º lugar absoluto de 1951.

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Todas as vezes que Jerry Adriani se encontra com Erasmo Carlos, não perde a oportunidade de dizer: "Pô, bicho! Você esqueceu do meu nome na tua festa!". Realmente, na Festa de Arromba do Erasmo não estava o Jerry Adriani. Mas a cobrança é apenas brincadeira de amigos. A música e a letra são do Erasmo Carlos.

Colaboração: Antonio Eraclio do Carmo Filho.

Música e futebol

Quando Alberto Luiz compôs "Balada Nº 7", a idéia era homenagear o jogador Ipojucan do Palmeiras. Só que quando Moacyr Franco a ouviu, na mesma hora falou: "Alberto, esta canção é a cara do Garrincha!". Pra concretizar o destino definitivo da canção, ao ser executada pelo Apolinho (Washington Rodrigues) na Rádio Globo, ele a chamou de "Melô do Garrincha.(Balada N.07).

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Lamartine Babo


Além da maioria dos hinos dos clubes brasileiros, foi também autor de grandes sucessos, mas apesar de toda esta genialidade, uma menininha o enganou ao lhe inspirar a canção Serra da Boa Esperança, seu maior sucesso.

A música foi composta em homenagem a uma mulher da cidade de Dores de Boa Esperança em MG com a qual ele se correspondia por carta há um ano sem saber que se tratava de uma menina, Nair, filha de seu dentista que pegara seu endereço no arquivo do pai e escrevia cartas para ele como se fosse uma adulta apaixonada.

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Em 1914 num jogo Brasil e Argentina, o Brasil fez uma a zero e logo depois a Argentina empatou com um gol de mão. Três jogdores da Argentina foram até o árbitro, juntamente com o bandeirinha e informaram que o gol fora irregular. O juiz anulou o gol e os quatro foram aplaudidos de pé no estádio.

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Em 1962, na Copa do Chile, o Brasil perdia de 1 a zero para Espanha quando Nílton Santos fez falta dentro da área, marcada pelo árbitro. Este correu para o local da falta para verificar se fora penâlti. Enquanto corria, Nílton Santos deu dois passos para fora da área e o juiz deixou de marcar o penâlti. Ganhamos de 2 x 1.

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Na mesma competição, o Brasil jogou contra o Chile e venceu por 4x2.
O Garrincha depois de apanhar muito da zaga chilena, deu um leve pontapé na bunda de um adversário e foi expulso. A partida seguinte seria a decisão contra a Checoslováquia. Caso fosse confirmada a expulsão do Garrincha o Brasil ficaria desfalcando dele e do Pelé que já não disputava mais a Copa por conta de uma contusão logo na segunda partida. Conta-se que para não correrem este risco, os cartolas brasielrios sequestraram o juiz do jogo Brasil e Chile para que ele não entregasse a súmula, na qual constava a expulsão do Garrincha. O juiz apareceu e entregou a súmula somente depois da final.

Resultado: Brasil campeão.

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Aos 18 anos, jogando pelo CSA de Alagoas como meia-armador, Djavan resolveu largar o futebol e se dedicar inteiramente à música. Se tivesse continuado, hoje já teria encerrado a carreira e nós teríamos perdido pérolas de nossa música popular contemporânea.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Romantismo refinado das Alagoas

Assim como as flores, os poetas não escolhem lugar ou classe social para florescer. Nascido em família pobre, a 27 de janeiro de 1949, em Maceió (AL), Djavan poderia ter virado raiz, mas a música mudou seu destino e de uma flor-de-lis brotou uma carreira cuja floração já perdura por mais de 25 primaveras. Por sua originalidade e polinização de suas canções, a única coisa que se pode prever a cada novo trabalho de Djavan é sua versatilidade de tons.

Filho de mãe lavadeira, ainda garoto escutava-a cantarolar os sucessos de Ângela Maria e Nelson Gonçalves. Mas a música só veio a se revelar essencial para Djavan Caetano Viana na adolescência. O violão, aprendeu sozinho, olhando, ouvindo e acompanhando as cifras nas revistinhas do jornaleiro. Nesta época, ganhava a vida como meio-de-campo no CSA.

Aos 18 anos, formou o conjunto Luz, Som, Dimensão (LSD), que animava os bailes em clubes, praias e igrejas de Maceió. No ano seguinte, Djavan largou o futebol e passou a dedicar-se apenas à música. Foi dedilhando o violão que Djavan descobriu que podia compor. Os companheiros não o entendiam muito bem, achavam-no estranho, complexo. Mas Djavan teve logo uma certeza, que permanece verdadeira até hoje: gosta de cantar, mas precisa compor. Então, em 1973, decidiu tentar a sorte no Rio de Janeiro.
O popular e o sofisticado se misturam perfeitamente ao longo da carreira de Djavan. "Oceano", música que impulsiona o artista de volta as paradas de sucesso do país, foi incluída na trilha sonora da novela "Top Model" trazendo o refinado violão flamenco de Paco de Lucia. O hit está em mais um álbum intitulado apenas "Djavan", de 1989. Como curiosidade, este disco apresenta duas raridades no repertório de Djavan: "Corisco" (parceria com Gilberto Gil) e "Você Bem Sabe" (com Nelson Motta). O ato de compor é mesmo solitário para Djavan. Um de seus primeiros parceiros foi Aldir Blanc, mais tarde vieram Chico Buarque, Caetano Veloso, Orlando Moraes, Arthur Maia e Dominguinhos. Para Djavan, uma parceria não pode ser uma jogada comercial, é essencial que haja amizade, afetividade.
Como ídolo e figura pública, Djavan sabe bem a repercussão de seus atos e palavras e como tal não esconde sua postura política, atualmente apartidária mesmo que ainda seja simpatizante do PT. Ele confessa que, para ele, bom candidato é aquele cujo programa privilegie a educação, a saúde e a reforma agrária e que ele julgue ter condições de formar um congresso forte o suficiente para lhe garantir governabilidade. Como artista, faz o que lhe cabe e está a seu alcance dar alento a todas as camadas da população através de sua música, participar de shows e campanhas de fundo social.

Assim como a cada lançamento busca ter prazer e se divertir, Djavan acredita que teria sido um arquiteto no mínimo feliz. Talvez venha daí o segredo de seduzir pedras, catedrais ou corações. De qualquer maneira, para quem o escuta com atenção, Djavan já revelou seu sentido há muito tempo "Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão..."





Um dia frio
Um bom lugar p´ra ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheikes árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris

Florbela Espanca (II)

Sonhos


Sonhei que era a tua amante querida,
A tua amante feliz e invejada;
Sonhei que tinha uma casita branca
À beira dum regato edificada...


Tu vinhas ver-me, misteriosamente,
A horas mortas quando a terra é monge
Que reza. Eu sentia doidamente,
Bater o coração quando de longe


Te ouvia os passos. E anelante,
Estava nos teus braços num instante,
Fitando com amor os olhos teus!


E, vê tu, meu encanto, a doce mágoa:
Acordei com os olhos rasos d´água,
Ouvindo a tua voz num longo adeus!

Do primeiro livro de Florbela Espanca, Trocando Olhares (1915 - 1917)