domingo, 20 de dezembro de 2009

Um samba de Erasmo Carlos

Cachaça Mecânica - Anna Ratto (Erasmo Carlos)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Brasil, o emergente!!!

XXXXXXXXX

Temos aqui recentes as vítimas das enchentes em São Paulo, por sinal só em áreas carentes da atenção do poder público, as do bondoso Mobral, as das secas seculares na Irauçuba, as pequenas e numerosas vítimas da lombriga nos torrões nordestinos e mais e mais cuecas lotadas de mazelas diversas.

Nós, agora ditos pomposamente "emergentes" bem que podemos comparar nossas próprias vítimas com as dos paises "pobres" a quem, diante dos "ricos", prometemos aporte de recursos para ajudá-los a se desenvover.

!?!?!?

Há um ditado irauçubense que diz: "farinha pouca, meu pirão primeiro".

Não é egoismo nem nada não. É que nossas emergentes vítimas morrem de verdade, perdem família, passam fome e frio, o cheiro de bosta lhes ronda os narizes todos os dias e então penso não podermos ostentar um Rei na Barriga diante dos ricos apenas para parecermos loiros de olhos azuis e lhes conquistar falsa companhia.

Tenho um amigo, o Zé Buscapé, que evita sair pra farra com seus amigos ricos e explica sábio e temente à D. Bié: Eles tentarão me fazer gastar o que não tenho!

Bonita essa palavra emergente mas, como todas as outras também bonitas perde para inadimplente. Principalmente quando se está inadimplente com seu próprio povo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Niemayer, 102 anos.

Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.

Sem mais comentários...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Angelim, melhor zagueiro do Brasil.



A história de Ronaldo Angelim ou simplesmente Angelim seria a mesma de muitos garotos que, com suas famílias partiram do Nordeste em busca de melhores condições de vida. No entanto, a história do zagueiro começa a diferir das demais a partir do momento em que sua família decide regressar de São Paulo para o seu estado de origem.

Ronaldo Angelim cresceu e criou-se no Ceará. Lá, o ainda jovem e talentoso jogador conciliava os treinos no modesto Icasa com atividades que visavam ajudar o sustento da sua humilde família. Dentre outros afazeres, Ronaldo Angelim cavava poços artesianos e trabalhava como agricultor.

No clube de Juazeiro do Norte, o zagueiro esteve desde 1996 até 1999, quando aquele clube passou por um dos momentos mais delicados da sua história, tendo inclusive que mudar seu nome para fugir de dívidas que poderiam decretar sua falência.

Em 1999 Angelim chegou ao Ceará, tradicional clube da capital cearense. Suas boas atuações promoveram um retorno do atleta às terras paulistas. Em 2000, o Ituano vislumbrou em Angelim o xerife que faltava para comandar a zaga da equipe que disputaria a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Com poucas oportunidades o zagueiro voltou um ano mais tarde para Fortaleza, desta vez para defender o clube homônimo e foi no Fortaleza Esporte Clube que Angelim ganhou projeção.

Conhecido pela habilidade no desarme de atacantes, Angelim conduziu a equipe cearense de volta a primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2005 com um gol salvador a quinze minutos do fim de uma decisiva partida, o que lhe concedeu status de ídolo naquele clube.

Em 2006 foi contratado pelo Flamengo para o início da temporada e ajudou o clube a conquistar a Copa do Brasil.

Estreou no rubro-negro no dia 2 de fevereiro daquele ano na vitória por 4 a 2 sobre o Americano no Maracanã pelo Campeonato Carioca. Neste jogo marcou um de seus muitos gols pelo Flamengo.

Se no ínicio o jogador foi contestado pela torcida e viu as oportunidades se esvaírem, com a chegada de Fábio Luciano, Angelim se firmou na zaga rubro-negra e não mais perdeu a condição de titular, nem mesmo com a chegada de medalhões como o badalado zagueiro Rodrigo e o experiente Leonardo.

Atualmente Ronaldo Angelim é um dos ídolos da torcida rubro-negra e pauta sua carreira pela humildade. Suas atuações costumam ser decisivas e sua disciplina essencial para o baixo número de faltas e melhor desenvolver do limpo futebol que tem sido praticado pelo grande zagueiro.

Em 2009 perdeu o seu companheiro de zaga Fábio Luciano, que se aposentou, e teve uma fase complicada devido a falta de experiência dos seus companheiros de zaga. Mas com a chegada do zagueiro Álvaro reencontrou o seu verdadeiro futebol e foi um dos grandes nomes na campanha do título do Campeonato Brasileiro 2009 ao marcar o gol do título na partida contra o Grêmio.

Fonte: Flapedia.

Quanto custa uma saudade? - H. Cesar Pinheiro

Nossa vida é bem cheia de percalço.

Nunca vivemos sem ter um amor,

Pra dar à nossa vida mais sabor.

Muitas vezes damos passo em falso.

Da ventura estamos no seu encalço.

Ao seu amor sempre se faça presente.

Porque na vida de qualquer um ente

Do amor sempre temos necessidade.

Quer saber quanto custa uma saudade?

Tenha amor, queira bem e viva ausente!



A ausência da pessoa que a gente ama

Muitas vezes dá uma desilusão

Que aperta bem fundo do coração

Que nos queima feito uma grande chama

E o corpo inteiro logo reclama

E nos deixa até bastante doente

Por uma grande falta, iminente.

Se você não conhece esta verdade

Quer saber quanto custa uma saudade?

Tenha amor, queira bem e viva ausente!

Não importa o tipo de amor sentido:

Verdadeiro ou aquele passional

Se somente um belo amor fraternal.

Porém quando a tal flecha do cupido

Nos atinge ficamos aturdidos.

Quem amamos, queremos bem presente,

Pois sua falta quem ama logo sente,

Porque grande dor no seu peito invade.

Quer saber quanto custa uma saudade?
Tenha amor, queira bem e viva ausente!


GLOSA: HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO



MOTE: POR DESCONHECIMENTO DEIXO DE PUBLICAR O AUTOR DO MOTE, QUE SE POR ACASO VENHA A LER ESTE CORDEL E QUEIRA QUE SEJA FEITA A REPARAÇÃO, FAVOR CONTATAR COMIGO PELO e-mail:henriquecesarp@gmail.com



FORTALEZA, DEZEMBRO/2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O blues e o rock branquelos do velho Cream.

Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton.

Rollin' and Tumblin' ( Royal Albert Hall, Londres 2005 )



Crossroad ( Royal Albert Hall, Londres 1968 )



Sitting On Top of the World ( Royal Albert Hall, Londres 2005 )

O Cordel está vivo. E bem vivo.

Lembro do refrão de um samba que diz: "Não deixe o samba morrer..."

O apelo se devia à invasão da música internacional que sufocava como um rolo compressor, a produção tupiniquim. O período foi de certa forma breve e hoje a música brasileira é destaque no mundo inteiro.

Vejo arte e a música em particular como universal. A música é a boa independentemente de onde venha mas o bom e velho cordel vem mesmo é do nordeste brasileiro. Há, felizmente, pessoas atentas à sua sobrevivência como se lhes não saisse da cabeça o refrão do samba onde então samba seria cordel: "Não deixe o cordel morrer..."

Abaixo, um excelente cordel sugerido pelo amigo poeta, cordelista e zagueiro, Henrique Cesar Pinheiro:

De Heliodoro Morais, RN.

DIGA O QUE ANDA FAZENDO QUE EU DIGO QUEM VOCÊ É!

Tudo na vida é corrido
E cheio de confusão
Se torna muito difícil
Conhecer um cidadão
Por causa da correria
O nome bem que podia
Revelar a profissão

Quem vive no caminhão
Estrada afora a rodar
Trabalha de motorista
Sem tempo pra descansar
Pra ser identificado
Deveria ser chamado
Passos Dias Aguiar

Você pode trabalhar
Em algo que lhe seduz
Coveiro no cemitério
É um espírito de luz
Tem um nome adequado
Pra ele ser batizado
Armando Covas da Cruz

Lenhador também faz jus
A uma vida pacata
Apesar da profissão
Não oferecer mamata
Como derruba a floresta
Sua identidade é esta:
Décio Machado da Mata

Comandante de fragata
Tem a vida muito exposta
Não liga pro alto risco
Porque só faz o que gosta
Por viver no oceano
Tem um nome soberano
Lindomar Porto da Costa

No exército, a proposta
É de lutar só na terra
Onde o soldado é chamado
Rivaldo Campos de Guerra
Mas quando a luta é no ar
Ele passa a se chamar
Eduardo Céu da Serra

Amâncio Leão encerra
O nome do domador
Que entra no picadeiro
Pra demonstrar seu valor
E Da Luz do Nascimento
Obstetra e instrumento
Da força do criador

Pecuarista e agricultor
Tem Jack Castro Cordeiro
Thomas Leite de Bezerra
Delgado Dácio Carneiro
Lauri Tadeu Oscar Brito
São um exemplo bonito
De nomes de fazendeiro

O nosso herói, o vaqueiro
Tem no nome o seu espelho
Edgar Lopes Mourão
Cabra do sangue vermelho
O caçador destemido
Tem o nome conhecido
Alzair Cássio Coelho

Diretora do conselho
Da defesa ambiental
Rosa Amélia Jardim Flores
Com seu guarda florestal
Silvestre Ramos Pinheiro
São exemplo verdadeiro
De um grande profissional

Dentro do reino animal
Com base na profissão
Qualquer nome que se diga
É de fácil dedução
Seguindo nesse cenário
Quem é o veterinário?
Jussara Aranha Leitão

Coitado do cidadão
Miserável, proletário
Pela pobreza do nome
Eliseu Elisiário
O outro extremo é legal
Érico Nobre Real
É nome milionário

Mas um simples operário
Que corre atrás do dinheiro
Pode ser uma mulher
No ofício de pedreiro
Por mais que seja bizarro
Magali Melo de Barros
É seu nome verdadeiro

Ele é o grande guerreiro
O pregador dos encantos
Prega a palavra de Deus
Orando nos quatro cantos
Recebendo como dote
Seu nome de sacerdote
Inácio Bento dos Santos

Quando a mulher, no entanto
Segue o rumo do pecado
Vendendo o corpo e a alma
Por uns míseros trocados
No nome está sua sede
Eva Gina das Mercedes
Doida por carro importado

Se um sujeito cansado
Segue o seu caminho vago
Sozinho numa canoa
Sem receber um afago
Levando a isca e a vara
O seu nome está na cara
É Remo Geraldo Lago

Ela que assume o estrago
Já que sua filha Elisa
Corre pra porta do Banco
Quando de grana precisa
Pela sua assinatura
Quem é que paga a fatura?
A sua mãe Ava Lisa

Alguém que gosta de brisa
Ama o sol da alvorada
O orvalho da manhã
O canto da passarada
O seu nome quer qu'eu fale?
Aurora Clara do Vale
A mulher da madrugada

Uma mulher mal amada
Traz a frieza na fronte
A dureza de uma pedra
O suspense de uma ponte
Eu sei dizer quem é ela
Só pela postura dela
Pietra Rocha do Monte

Na linha do horizonte
Tem uma obra bonita
Que se destaca no céu
Como uma coisa infinita
É uma igreja enorme
Que foi erguida conforme
Alcino Torres Mesquita

O advogado jurista
Que mata a gente de susto
De tanto criar imposto
Vai se chamar Noé Justo
Ou então Severo Carrasco
Que quando faz um churrasco
O povo é quem paga o custo

Hoje eu já não me assusto
Com a postura indecente
Do nosso representante
Que só quer roubar a gente
Seu nome vem do cinismo
Da prática do nepotismo
Alceu Augusto Parente

Tem uns nomes diferentes
Faty Mamede Borrego
Henfil Madeira Correia
Jacinto Aquino Rego
Jô Amadeu Leite Secco
Patty Faria no beco
Mas nada que dê sossego

Em cada caso o emprego
Que seja mais adequado
Pro cozinheiro: Agostinho
Edi Pimenta Salgado
Tem muito nome distinto
Por exemplo, Caio Pinto
É nome de aposentado...