domingo, 20 de dezembro de 2009

Um samba de Erasmo Carlos

Cachaça Mecânica - Anna Ratto (Erasmo Carlos)

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Brasil, o emergente!!!

XXXXXXXXX

Temos aqui recentes as vítimas das enchentes em São Paulo, por sinal só em áreas carentes da atenção do poder público, as do bondoso Mobral, as das secas seculares na Irauçuba, as pequenas e numerosas vítimas da lombriga nos torrões nordestinos e mais e mais cuecas lotadas de mazelas diversas.

Nós, agora ditos pomposamente "emergentes" bem que podemos comparar nossas próprias vítimas com as dos paises "pobres" a quem, diante dos "ricos", prometemos aporte de recursos para ajudá-los a se desenvover.

!?!?!?

Há um ditado irauçubense que diz: "farinha pouca, meu pirão primeiro".

Não é egoismo nem nada não. É que nossas emergentes vítimas morrem de verdade, perdem família, passam fome e frio, o cheiro de bosta lhes ronda os narizes todos os dias e então penso não podermos ostentar um Rei na Barriga diante dos ricos apenas para parecermos loiros de olhos azuis e lhes conquistar falsa companhia.

Tenho um amigo, o Zé Buscapé, que evita sair pra farra com seus amigos ricos e explica sábio e temente à D. Bié: Eles tentarão me fazer gastar o que não tenho!

Bonita essa palavra emergente mas, como todas as outras também bonitas perde para inadimplente. Principalmente quando se está inadimplente com seu próprio povo.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Niemayer, 102 anos.

Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.

Sem mais comentários...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Angelim, melhor zagueiro do Brasil.



A história de Ronaldo Angelim ou simplesmente Angelim seria a mesma de muitos garotos que, com suas famílias partiram do Nordeste em busca de melhores condições de vida. No entanto, a história do zagueiro começa a diferir das demais a partir do momento em que sua família decide regressar de São Paulo para o seu estado de origem.

Ronaldo Angelim cresceu e criou-se no Ceará. Lá, o ainda jovem e talentoso jogador conciliava os treinos no modesto Icasa com atividades que visavam ajudar o sustento da sua humilde família. Dentre outros afazeres, Ronaldo Angelim cavava poços artesianos e trabalhava como agricultor.

No clube de Juazeiro do Norte, o zagueiro esteve desde 1996 até 1999, quando aquele clube passou por um dos momentos mais delicados da sua história, tendo inclusive que mudar seu nome para fugir de dívidas que poderiam decretar sua falência.

Em 1999 Angelim chegou ao Ceará, tradicional clube da capital cearense. Suas boas atuações promoveram um retorno do atleta às terras paulistas. Em 2000, o Ituano vislumbrou em Angelim o xerife que faltava para comandar a zaga da equipe que disputaria a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro daquele ano.

Com poucas oportunidades o zagueiro voltou um ano mais tarde para Fortaleza, desta vez para defender o clube homônimo e foi no Fortaleza Esporte Clube que Angelim ganhou projeção.

Conhecido pela habilidade no desarme de atacantes, Angelim conduziu a equipe cearense de volta a primeira divisão do Campeonato Brasileiro de 2005 com um gol salvador a quinze minutos do fim de uma decisiva partida, o que lhe concedeu status de ídolo naquele clube.

Em 2006 foi contratado pelo Flamengo para o início da temporada e ajudou o clube a conquistar a Copa do Brasil.

Estreou no rubro-negro no dia 2 de fevereiro daquele ano na vitória por 4 a 2 sobre o Americano no Maracanã pelo Campeonato Carioca. Neste jogo marcou um de seus muitos gols pelo Flamengo.

Se no ínicio o jogador foi contestado pela torcida e viu as oportunidades se esvaírem, com a chegada de Fábio Luciano, Angelim se firmou na zaga rubro-negra e não mais perdeu a condição de titular, nem mesmo com a chegada de medalhões como o badalado zagueiro Rodrigo e o experiente Leonardo.

Atualmente Ronaldo Angelim é um dos ídolos da torcida rubro-negra e pauta sua carreira pela humildade. Suas atuações costumam ser decisivas e sua disciplina essencial para o baixo número de faltas e melhor desenvolver do limpo futebol que tem sido praticado pelo grande zagueiro.

Em 2009 perdeu o seu companheiro de zaga Fábio Luciano, que se aposentou, e teve uma fase complicada devido a falta de experiência dos seus companheiros de zaga. Mas com a chegada do zagueiro Álvaro reencontrou o seu verdadeiro futebol e foi um dos grandes nomes na campanha do título do Campeonato Brasileiro 2009 ao marcar o gol do título na partida contra o Grêmio.

Fonte: Flapedia.

Quanto custa uma saudade? - H. Cesar Pinheiro

Nossa vida é bem cheia de percalço.

Nunca vivemos sem ter um amor,

Pra dar à nossa vida mais sabor.

Muitas vezes damos passo em falso.

Da ventura estamos no seu encalço.

Ao seu amor sempre se faça presente.

Porque na vida de qualquer um ente

Do amor sempre temos necessidade.

Quer saber quanto custa uma saudade?

Tenha amor, queira bem e viva ausente!



A ausência da pessoa que a gente ama

Muitas vezes dá uma desilusão

Que aperta bem fundo do coração

Que nos queima feito uma grande chama

E o corpo inteiro logo reclama

E nos deixa até bastante doente

Por uma grande falta, iminente.

Se você não conhece esta verdade

Quer saber quanto custa uma saudade?

Tenha amor, queira bem e viva ausente!

Não importa o tipo de amor sentido:

Verdadeiro ou aquele passional

Se somente um belo amor fraternal.

Porém quando a tal flecha do cupido

Nos atinge ficamos aturdidos.

Quem amamos, queremos bem presente,

Pois sua falta quem ama logo sente,

Porque grande dor no seu peito invade.

Quer saber quanto custa uma saudade?
Tenha amor, queira bem e viva ausente!


GLOSA: HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO



MOTE: POR DESCONHECIMENTO DEIXO DE PUBLICAR O AUTOR DO MOTE, QUE SE POR ACASO VENHA A LER ESTE CORDEL E QUEIRA QUE SEJA FEITA A REPARAÇÃO, FAVOR CONTATAR COMIGO PELO e-mail:henriquecesarp@gmail.com



FORTALEZA, DEZEMBRO/2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O blues e o rock branquelos do velho Cream.

Jack Bruce, Ginger Baker e Eric Clapton.

Rollin' and Tumblin' ( Royal Albert Hall, Londres 2005 )



Crossroad ( Royal Albert Hall, Londres 1968 )



Sitting On Top of the World ( Royal Albert Hall, Londres 2005 )

O Cordel está vivo. E bem vivo.

Lembro do refrão de um samba que diz: "Não deixe o samba morrer..."

O apelo se devia à invasão da música internacional que sufocava como um rolo compressor, a produção tupiniquim. O período foi de certa forma breve e hoje a música brasileira é destaque no mundo inteiro.

Vejo arte e a música em particular como universal. A música é a boa independentemente de onde venha mas o bom e velho cordel vem mesmo é do nordeste brasileiro. Há, felizmente, pessoas atentas à sua sobrevivência como se lhes não saisse da cabeça o refrão do samba onde então samba seria cordel: "Não deixe o cordel morrer..."

Abaixo, um excelente cordel sugerido pelo amigo poeta, cordelista e zagueiro, Henrique Cesar Pinheiro:

De Heliodoro Morais, RN.

DIGA O QUE ANDA FAZENDO QUE EU DIGO QUEM VOCÊ É!

Tudo na vida é corrido
E cheio de confusão
Se torna muito difícil
Conhecer um cidadão
Por causa da correria
O nome bem que podia
Revelar a profissão

Quem vive no caminhão
Estrada afora a rodar
Trabalha de motorista
Sem tempo pra descansar
Pra ser identificado
Deveria ser chamado
Passos Dias Aguiar

Você pode trabalhar
Em algo que lhe seduz
Coveiro no cemitério
É um espírito de luz
Tem um nome adequado
Pra ele ser batizado
Armando Covas da Cruz

Lenhador também faz jus
A uma vida pacata
Apesar da profissão
Não oferecer mamata
Como derruba a floresta
Sua identidade é esta:
Décio Machado da Mata

Comandante de fragata
Tem a vida muito exposta
Não liga pro alto risco
Porque só faz o que gosta
Por viver no oceano
Tem um nome soberano
Lindomar Porto da Costa

No exército, a proposta
É de lutar só na terra
Onde o soldado é chamado
Rivaldo Campos de Guerra
Mas quando a luta é no ar
Ele passa a se chamar
Eduardo Céu da Serra

Amâncio Leão encerra
O nome do domador
Que entra no picadeiro
Pra demonstrar seu valor
E Da Luz do Nascimento
Obstetra e instrumento
Da força do criador

Pecuarista e agricultor
Tem Jack Castro Cordeiro
Thomas Leite de Bezerra
Delgado Dácio Carneiro
Lauri Tadeu Oscar Brito
São um exemplo bonito
De nomes de fazendeiro

O nosso herói, o vaqueiro
Tem no nome o seu espelho
Edgar Lopes Mourão
Cabra do sangue vermelho
O caçador destemido
Tem o nome conhecido
Alzair Cássio Coelho

Diretora do conselho
Da defesa ambiental
Rosa Amélia Jardim Flores
Com seu guarda florestal
Silvestre Ramos Pinheiro
São exemplo verdadeiro
De um grande profissional

Dentro do reino animal
Com base na profissão
Qualquer nome que se diga
É de fácil dedução
Seguindo nesse cenário
Quem é o veterinário?
Jussara Aranha Leitão

Coitado do cidadão
Miserável, proletário
Pela pobreza do nome
Eliseu Elisiário
O outro extremo é legal
Érico Nobre Real
É nome milionário

Mas um simples operário
Que corre atrás do dinheiro
Pode ser uma mulher
No ofício de pedreiro
Por mais que seja bizarro
Magali Melo de Barros
É seu nome verdadeiro

Ele é o grande guerreiro
O pregador dos encantos
Prega a palavra de Deus
Orando nos quatro cantos
Recebendo como dote
Seu nome de sacerdote
Inácio Bento dos Santos

Quando a mulher, no entanto
Segue o rumo do pecado
Vendendo o corpo e a alma
Por uns míseros trocados
No nome está sua sede
Eva Gina das Mercedes
Doida por carro importado

Se um sujeito cansado
Segue o seu caminho vago
Sozinho numa canoa
Sem receber um afago
Levando a isca e a vara
O seu nome está na cara
É Remo Geraldo Lago

Ela que assume o estrago
Já que sua filha Elisa
Corre pra porta do Banco
Quando de grana precisa
Pela sua assinatura
Quem é que paga a fatura?
A sua mãe Ava Lisa

Alguém que gosta de brisa
Ama o sol da alvorada
O orvalho da manhã
O canto da passarada
O seu nome quer qu'eu fale?
Aurora Clara do Vale
A mulher da madrugada

Uma mulher mal amada
Traz a frieza na fronte
A dureza de uma pedra
O suspense de uma ponte
Eu sei dizer quem é ela
Só pela postura dela
Pietra Rocha do Monte

Na linha do horizonte
Tem uma obra bonita
Que se destaca no céu
Como uma coisa infinita
É uma igreja enorme
Que foi erguida conforme
Alcino Torres Mesquita

O advogado jurista
Que mata a gente de susto
De tanto criar imposto
Vai se chamar Noé Justo
Ou então Severo Carrasco
Que quando faz um churrasco
O povo é quem paga o custo

Hoje eu já não me assusto
Com a postura indecente
Do nosso representante
Que só quer roubar a gente
Seu nome vem do cinismo
Da prática do nepotismo
Alceu Augusto Parente

Tem uns nomes diferentes
Faty Mamede Borrego
Henfil Madeira Correia
Jacinto Aquino Rego
Jô Amadeu Leite Secco
Patty Faria no beco
Mas nada que dê sossego

Em cada caso o emprego
Que seja mais adequado
Pro cozinheiro: Agostinho
Edi Pimenta Salgado
Tem muito nome distinto
Por exemplo, Caio Pinto
É nome de aposentado...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Sanfoneiro do Riacho da Brígida

Um breve papo com Rei da Cultura Nordestina, do mato.

Luiz Gonzaga do Nascimento

13/12/1912 Exu, PE

2/8/1989 Recife, PE




Sua mãe Ana Batista, conhecida como Santana, era descendente, embora não totalmente reconhecida, dos Alencar, fundadores da cidade de Exu. Seu pai, Januário, era lavrador e reconhecido sanfoneiro na região. Casaram-se em 1909, indo morar no Baixio dos Doidos, hoje conhecido como Timorante, um povoado da fazenda Caiçara. Luiz foi o segundo filho do casal. Na hora do batizado, seu sobrenome acabou destoando daquele dos irmãos, Januário dos Santos. Foi chamado Luiz por ter nascido no dia de Santa Luzia; Gonzaga, por ser o complemento do nome de São Luiz; e Nascimento, por ser o mês de Natal, chamando-se então Luiz Gonzaga do Nascimento. Segundo um de seus biógrafos, Gildson Oliveira, uma de suas irmãs, Socorro Januário, dizia que ouvira a mãe dizer que "só tivera o direito de ganhar o filho, porque ele seria do povo até a morte". Ainda segundo Gildson, quando Luiz tinha de seis a oito meses, uma cigana teria olhado para ele e predito que "ele será do mundo; vai andar tanto, por cima e por baixo, que criará feridas nos pés". Com sete anos, Gonzaga já pegava na enxada, trabalhando na lavoura, e nas horas vagas ficava vendo o pai tocar sanfona e ia aprendendo a gostar do instrumento. Seu pai, além de tocador de fole, também consertava instrumentos e incentivava nos filhos o gosto musical. O resultado foi que em sua casa a música estava sempre presente. A família sempre comparecia a festas religiosas, batizados, casamentos e forrós, todos animados com bandas de pífanos, zabumba e concertina, além do fole de oito baixos, muitas vezes tocado por Januário. Com 12 anos de idade, Gonzaga já acompanhava o pai animando sambas em diversos terreiros pelo sertão do Araripe, onde fica a cidade de Exu. Aprendeu com o pai a afinação dos foles de oito baixos. Protegido pelo patrão de seu pai, conhecido como Sinhô Aires, aprendeu as primeiras letras com as filhas do fazendeiro. Ganhou de Sinhô Aires um empréstimo de 60 mil réis, que juntou a outros 60 mil que tinha guardados por ter combinado com o patrão de trabalhar sem receber ordenado, e comprou sua primeira sanfona, da marca "Veado", em Ouricuri, cidade pernambucana. Ainda jovem costumava animar bailes em diferentes localidades como Granito, Baixio dos Doidos, Rancharia e Cajazeiras, tendo para isso de andar a pé mais de vinte léguas. Desde essa época, enquanto ia e voltava das localidades onde se apresentava, acalentava o desejo de ser artista. Em 1924, sua família teve a casa inundada pela cheia e foi obrigada a mudar-se, indo residir no povoado de Araripe, na fazenda Várzea Grande. Em 1926, com apenas 14 anos, já se apresentava profissionalmente, tocando em festas. Por essa época, radicou-se na cidade de Exu um grupo de escoteiros que se dedicou à alfabetização de jovens da região. Luiz foi convencido pelo amigo Gilberto, filho do coronel Aires, a mudar-se para a cidade a fim de estudar, sustentando-se com apresentações em festas particulares. Em 1930, antes de completar dezoito anos, um fato mudaria a trajetória de sua vida. Apaixonara-se por uma menina de família branca e tradicional na região, e o pai da mesma não permitia o namoro por considerar Gonzaga um sanfoneirozinho sem futuro. Luiz foi tirar satisfações com o Coronel, que foi falar com sua mãe que somente não o matara em respeito a ela. Luiz levou uma surra exemplar da mãe e resolveu fugir de casa, dirigindo-se para a cidade de Crato, no Ceará. Lá vendeu a sanfona para pegar um trem até Fortaleza, a capital cearense, onde entrou para o batalhão de Caçadores. No 23º Batalhão de Caçadores tornou-se o corneteiro 122, também conhecido como "Bico de aço". Algum tempo depois, transferido para o sul de Minas e já servindo no Sudeste, prestou prova para sanfoneiro da banda da Polícia Militar de Minas Gerais, mas foi reprovado por desconhecer a escala musical. Passou então a estudar teoria musical e ao mesmo tempo a aprender as músicas que faziam sucesso no centro-sul do país, como polcas, valsas, boleros, rancheiras, tangos e outros ritmos. Por essa época, servindo em Juiz de Fora, costumava tocar em festas nas horas de folga. Em 1937 foi transferido para Ouro Fino, onde conheceu o advogado Raul Apocalipse, que organizava festas no Clube Éden local, e convidou Gonzaga para apresentar-se, propiciando-lhe a primeira oportunidade de tocar diante de um público urbano. Em 1938 foi vítima de um golpe de um caixeiro viajante que lhe vendeu uma sanfona branca de 80 baixos à prestação, que lhe seria entregue em São Paulo quando terminasse de pagar. Depois de pagar várias prestações, Gonzaga rifou a sanfona que tinha e com o dinheiro arrecadado foi para São Paulo. Quando lá chegou, descobriu que o endereço dado pelo caixeiro viajante era falso. No hotel em que se hospedara, que pertencia a um italiano, acabou conseguindo comprar uma sanfona idêntica à que o caixeiro lhe prometera, que pertencia ao filho do proprietário do hotel. Por 700 mil réis, Gonzaga obteve uma sanfona Horner branca de 80 baixos e retornou para Ouro Fino. Em 1939, ao completar dez anos de exército, teve de dar baixa, pois o regulamento não permitia a permanência de soldados com mais de 10 anos de serviço. No mesmo ano embarcou para o Rio de Janeiro, de onde pegaria um navio de volta para Pernambuco. No Rio de Janeiro conheceu o ex-marinheiro e violonista Xavier Pinheiro, que tocava na noite e apresentava-se em programas na Rádio Vera Cruz. Passou a apresentar-se no Bar Espanhol, no Mangue, zona de baixa prostituição carioca, além de tocar em festas de subúrbio, bares da Lapa e também nas docas, onde corria o chápeu para arrecadar uns trocados. Começou a aprimorar seu repertório tocando músicas da moda, como tangos, valsas e foxtrotes. No início da década de 1940 comprou uma sanfona de 120 baixos e foi apresentado por Xavier Pinheiro a Antenógenes Silva, o mais famoso acordeonista da época, com quem começou a estudar. Em 1947 conheceu Helena das Neves Cavalcanti com quem se casou no ano seguinte. O casal não teve filhos. Gonzaga homenageou a mulher com o baião "Madame baião", composto em parceria com David Nasser.

Carreira


Em 1940, no Rio de Janeiro, depois de algum tempo tocando em bares no Mangue e, em seguida, na Lapa, começou a freqüentar os programas de calouros "Calouros em desfile" de Ary Barroso na Rádio Tupi e "Papel carbono" de Renato Murce, na Rádio Clube. O sucesso nos programas de calouros entretanto não chegava e Gonzaga continuou a apresentar-se nos bares do Mangue e da Lapa. No Bar Cidade Nova, no Mangue, conheceu um grupo de estudantes cearenses que lhe pediu para tocar alguma coisa nordestina, o que ele até então não fizera, tentando adaptar-se ao modo de vida carioca e escondendo suas raizes nordestinas. Preparou então as músicas "Pé de serra", uma polca mais tarde gravada com o título de "Xamego", e "Vira e mexe", música de sua terra natal. O sucesso da apresentação de "Pé de serra" foi imediato: o público aplaudiu delirantemente e até mesmo os passantes da rua se aproximaram, lotando o bar. Retornou então ao programa de calouros de Ary Barroso, impulsionado também pela necessidade de dinheiro para ajudar a família vitimada pela seca no Nordeste, conforme lhe dissera o irmão José Januário, que o procurara em busca de ajuda. No "Calouros em desfile", em vez de apresentar o repertório da moda, apresentou o "Vira e mexe" e foi um sucesso, obtendo a nota máxima 5, raramente dada a alguém por Ary Barroso, e o prêmio de 150 mil réis. Por essa época costumava atuar na Rádio Transmissora acompanhando Zé do Norte e Manuel Monteiro, que por lá se apresentavam. Pouco depois foi convidado para atuar como sanfoneiro numa gravação de Genésio Arruda na RCA. Sua participação foi tão boa que logo após a gravação foi apresentado ao diretor da gravadora, Ernesto Matos, que lhe pediu para tocar uma valsa ou uma rancheira. Gonzaga tocou as valsas "Saudades de São João Del Rey" e "Numa serenata", apresentando em seguida as rancheiras "Véspera de São João", "Vira e mexe" e "Pé de serra". Foi convidado a voltar no dia seguinte para fazer uma gravação. No mesmo dia, Genésio Arruda convidou-o para apresentar-se diariamente no teatro de revista no qual estava atuando. Ainda em 1940 foi contratado pela Rádio Clube do Brasil para substituir Antenógenes Silva no programa "Alma do sertão", além de atuar em outros programas da rádio. Paralelamente apresentava-se com enorme sucesso em inúmeros dancings no centro da cidade, como "Assírio", "Eldorado", "Belas Artes" e "Farolito". Em 1941 estreou em disco gravando pela Victor, gravadora na qual permaneceu a maior parte de sua carreira. Em maio saiu a mazurca "Véspera de São João", de sua autoria e F. Reis, e a valsa "Numa serenata", de sua autoria. Em junho saiu um segundo disco com a valsa "Saudades de São João del Rey", de Simão Jandi, e o xamego "Vira e mexe", de sua autoria. Ressalte-se que o xamego nunca existiu enquanto gênero musical; o nome provém de um comentário do irmão de Gonzaga, Januário, segundo o qual a música "Vira e mexe" era um xamego, talvez em referência à sensualidade com que era tocada. Gonzaga apropriou-se do termo e muitas de suas composições passaram a ser apresentadas como xamego. Por essa época suas músicas eram instrumentais. As letras apareceram com Miguel Lima, que começou a letrar temas apresentados por Gonzaga. No entanto, seu início como cantor acabou por custar-lhe o emprego na Rádio Tamoio, pois achavam sua voz inadequada. Por essa época foi considerado pelo jovem radialista César de Alencar como o "Maior Sanfoneiro Nordestino". Os dois primeiros discos renderam a Gonzaga sua primeira reportagem, publicada na revista carioca "Vitrine", com o título de "Luiz Gonzaga, o virtuoso do acordeom". Em 1942 gravou, entre outras composições, o xamego "Pé de serra", a polca "Apitando na curva", o picadinho "Calangotango" e a mazurca "Sant'Anna", todas de sua autoria. Em 1943 assinou o primeiro contrato para atuar fora do Rio de Janeiro, fazendo uma temporada no Cassino Ahu, em Curitiba, apresentado como o maior acordeonista do Brasil. No mesmo ano gravou, do antigo companheiro Xavier Pinheiro, a valsa "Yvonne" e, de sua autoria, o xamego "O xamego da Guiomar", nome de uma namorada da época. Por essa época ganhou do violonista Dino, mais tarde conhecido como "Sete cordas", o apelido de "Lua", devido a sua cara redonda. O apelido seria popularizado por César de Alencar e Paulo Gracindo na Rádio Nacional. Em 1944 teve suas primeiras composições gravadas por outra artista, a cantora Carmem Costa, que gravou "Xamego", de sua autoria, e "A mulher do Lino", composta em parceria com Miguel Lima. No mesmo ano gravou, entre outras,o choro "Pingo namorando", o xamego "Fazendo intriga" e a valsa "Vanda", todas de sua autoria. Em 1945 teve gravadas suas primeiras parcerias com Miguel Lima, "Dezessete e setecentos" e o xamego "Xamego da Guiomar", por Manezinho Araújo. No mesmo ano, Gonzaga gravou os primeiros discos como cantor. O primeiro continha a mazurca "Dança da Mariquinha", com música de sua autoria e letra de Miguel Lima. Seu primeiro sucesso como cantor foi a mazurca "Cortando pano", composta em parceria com Miguel Lima e J. Portella, que afirmou Gonzaga como cantor. Sua voz na época não era considerada boa, mas, com o sucesso de "Cortando o pano", os critérios tiveram que ser modificados. No mesmo ano nasceu Luiz Gonzaga Jr., que, apesar de batizado e assumido por Gonzaga como filho, sempre teve essa paternidade colocada sob suspeita. Ainda em 1945 conheceu aquele que seria talvez o seu principal parceiro musical, o advogado cearense Humberto Teixeira. Mesmo com o sucesso obtido com Miguel Lima, Gonzaga continuava procurando alguém que o ajudasse a expressar melhor seu sentimento de nordestinidade. Encontrou-se com Lauro Maia, criador do balanceio, mas não chegou a um acordo. No primeiro encontro com Humberto Teixeira, no escritório de advocacia do mesmo, surgiu em dez minutos o esboço do xote "No meu pé de serra", lançado em novembro do ano seguinte. Em 1946 lançou diversas composições feitas com parcerias diferentes, como o choro "É pra rir ou não é", com Carlos Barroso, o calango "Calango da lacraia", com J. Portella, que se tornou enorme sucesso, a marcha "Pão duro" com Assis Valente e o chamego "Xamego das cabrochas", com Miguel Lima. No mesmo ano, Gonzaga provocaria uma revolução na música popular brasileira ao lançar um novo gênero no mercado, o baião, uma estilização e adaptação de ritmos ouvidos por ele em sua infância e adolescência. A composição de lançamento, um verdadeiro manifesto do novo gênero, foi "Baião", feita em parceria com Humberto Teixeira e lançada pelo grupo vocal "Quatro Azes e Um Coringa" pela Odeon, com acompanhamento do próprio Gonzaga na sanfona. O novo gênero mudou o panorama musical brasileiro e impôs-se como o mais importante até o surgimento da Bossa Nova em fins dos anos 1950. Ainda em 1946, Gonzaga lançou, de sua parceria com Humberto Teixeira, o xote "Meu pé de serra", além da polca "Pagode russo", de sua autoria. Em outubro do mesmo ano tirou férias na Rádio Nacional e voltou à sua terra natal depois de 16 anos de ausência. Antes de retornar ao Rio passou pelo Recife, onde se encontrou com diversos artistas locais e travou conhecimento com o acadêmico de Medicina José de Souza Dantas Filho, que mais tarde se tornaria famoso parceiro de Gonzaga, conhecido como Zédantas. Em 1947 gravou de sua autoria e Humberto Teixeira a toada "Asa branca", um de seus maiores sucessos e uma das músicas mais conhecidas e veneradas da música popular brasileira, regravada dezenas de vezes ao longo das décadas, entre outros por Altamiro Carrilho, Severino Januário, Sivuca e Rosinha de Valença, César do Acordeon, Trio Melodia, Dominguinhos, Julião da viola, Fagner, Téo Azevedo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carmélia Alves e Quinteto Violado. Com o sucesso retumbante de "Asa Branca" foi convidado a participar do filme "Esse mundo é um pandeiro" de Watson Macedo. Em 1948 lançou apenas um disco, cantando "A moda da mula preta" de Raul Torres e a polca "Firim firim firim", parceria com Antonio Nogueira. No mesmo ano casou-se com Helena Cavalcanti. Em 1949 Gonzaga era o principal astro da música popular brasileira e lançou uma série de sucessos de sua parceria com Humberto Teixeira: a polca "Lorota boa", que entrou na comédia musical "O mundo se diverte" da Atlântida; o xote "Mangaratiba", que foi incluída na comédia musical "Estou aí", da Cinédia; o baião "Juazeiro" e a toada "Légua tirana", além de "Baião", que finalmente recebeu gravação de seu autor. No mesmo ano lançou as primeiras parcerias com Zédantas, que tornaram-se sucesso rapidamente, como o baião "Vem morena" e o forró "Forró de Mané Vito". Por essa época o baião tornou-se a coqueluche nacional, o novo ritmo do Brasil, e Gonzaga mudou seu visual, introduzinho o chapéu de couro que faria parte de sua indumentária até a morte. Em 1950 lançou de sua parceria com Zédantas o baião "A dança da moda", que afirma que "No Rio está tudo mudado", numa referência `as mudanças de comportamento introduzidas pelo baião. Inúmeros artistas, entre os quais Carmem Miranda, Carmélia Alves, Ivon Curi, Marlene, Isaura Garcia, Jamelão, Emilinha Borba, passaram a gravar músicas da dupla Gonzaga/Humberto Teixeira. No mesmo ano, estouram inúmeros outros sucessos da dupla, como os baiões "Xanduzinha", "Qui nem jiló" e "Respeita Januário", além da toada "Assum preto". Ainda em 1950 foram sucessos na voz de Gonzaga o xote "Cintura fina" e a toada "A volta da Asa branca", parcerias com Zédantas, além da toada "Boiadeiro" de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. Nessa mesma época Humberto Teixeira foi eleito deputado federal e a parceria se desfez. Getulista convicto, fez campanha para a presidência da República em apoio ao futuro presidente Getúlio Vargas. Em 1951 lançou com sucesso a marcha junina "Olha pro céu", parceria com José Fernandes, e o baião "Sabiá", parceria com Zédantas. Nessa época apresentava-se nas rádios Nacional e Mayrink Veiga. Ainda em 1951 a cantora Carmélia Alves, que ficaria conhecida como a Rainha do Baião, lançou juntamente com o sanfoneiro Sivuca um disco intitulado "No mundo do baião", com um vasto pot-pourri de músicas de Luiz Gonzaga. No final desse mesmo ano foi contratado pelos Laboratórios Moura Brasil para uma grande excursão por diversas cidades do Brasil, apresentando-se entre outras em São Paulo, Florianópolis, Curitiba e Porto Alegre, terminando a tournê em Belém. Nesse mesmo ano sofreu o primeiro acidente automobilístico, em São Paulo, quebrando seis costelas e a clavícula, além de ter vários ferimentos na cabeça. No mesmo acidente feriram-se seus acompanhantes Zequinha e Catamilho. Em 1952 lançou vinte músicas, quantidade que na época do LP ou do CD daria para lançar um álbum duplo. Entre essas estavam as últimas parcerias com Humberto Teixeira, o baião "Respeita Januário", a valsa toada "Légua tirana" e o baião "Paraíba". De sua parceria com Zédantas gravou a marcha junina "São João na roça", a toada "Acauã" e com Hervê Cordovil o baião "Baião da garoa" e o xaxado "Xaxado", verdadeiro manifesto da nova dança lançada por Gonzaga dois anos antes. Todas se tornaram sucesso. No mesmo ano, apresentou-se durante os festejos juninos em uma temporada na Rádio Tupi-Tamoio acompanhado do pai Januário e dos irmãos Severino, Zé Januário, Chiquinha, Socorro e Aluísio, sob o nome de "Os sete Gonzaga". Em 1953 lançou o xote "Xote das meninas" e a toada "Vozes da seca", parceria com Zédantas, e "A vida do viajante", parceria com Hervê Cordovil, que viria a ser, muito posteriormente, um dos prefixos da carreira do Rei do Baião, nos versos que dizem "Minha vida é andar por esse país". Por essa época, trocou definitivamente o terno de casimira por um gibão de couro, o sapato de verniz por uma sandália e a gravata por uma cartucheira, adotando ainda um chapéu de couro maior afirmando sua nordestinidade. Em 1954, lançou, entre outras, os baiões "Vou pra casa" e "Noites brasileiras", parcerias com Zédantas, o xamego "Cana só de Pernambuco" com Victor Simão e a polca "Lascando o cano" com Zédantas. Em 1955 lançou dez composições inéditas, entre as quais o xote "Riacho do navio", parceria com Zédantas, e o rojão "Forró de Zé Tatu" de Jorge de Castro e Zé Ramos. No mesmo ano foi lançado o primeiro LP com suas músicas "A História do Nordeste na voz de Luiz Gonzaga". Na excursão ao Nordeste naquele ano tomou conhecimento da existência de um grupo musical conhecido como a "Patrulha de Choque de Luiz Gonzaga", composto pela cantora Marinês, seu marido, o sanfoneiro Abdias e Chiquinho da zabumba, especializada em anunciar a chegada de Luiz Gonzaga onde ele fosse se apresentar. O encontro entre eles se deu na cidade de Propriá em Sergipe. Em 1956, com a ida de Marinês e Abdias para o Rio de Janeiro, Gonzaga mudou o conjunto que o acompanhava, transformando-o em Luiz Gonzaga e Seus Cabras da Peste, do qual faziam parte Marinês, Abdias, Zito Borborema e Miudinho. O grupo chegou a participar de excursão a São Paulo e Minas Gerais, mas desfez-se no final do ano. No mesmo ano gravou o baião "Mané Zabé", com Zédantas, o coco "Derramaro o gai", com Zédantas, e o baião "Saudade da boa terra" de Ary Monteiro e Maruim, entre outras. Ainda em 1956 lançou seu segundo LP, "Aboios e vaquejadas". Em 1957 gravou outro enorme sucesso, o baião "A feira de Caruaru" de Onildo Almeida, além do LP "No reino do baião". Em 1958 lançou de sua autoria o forró "Forró no escuro", outra de suas composições que ficou para a posteridade. No mesmo ano lançou os LPs "São João na roça", com músicas juninas, e "Xamego", com composições de sua parceria com Miguel Lima. Por essa época, ocorriam mudanças musicais no país, entre as quais a eclosão da Bossa Nova, dando início ao declínio da carreira de Gonzaga. Com novos gostos estético-musicais impondo-se no rádio, suas composições foram perdendo espaço e Gonzaga voltou-se para as platéias do interior para as quais sempre foi o Rei do Baião. Em 1959 lançou de João do Vale e Ari Monteiro o maracatu "O sertanejo do norte" e, de sua autoria e Carmelina, a marcha "Fogueira de São João". No mesmo ano foi lançado o LP "Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zédantas". Em 1960 gravou entre outras o xote "Vida de vaqueiro de sua autoria" e a toada "Testamento de caboclo" de R. Bittencour e R. Sampaio. Em 1961 Gonzaga não lançou, como fazia desde 1941, nenhum 78 rotações, mas em compensação a RCA Victor lançou seu primeiro LP, com músicas inéditas, a maioria de outros autores, como o baião "Capitão jagunço" de Paulo Dantas e Barbosa Lessa, o baião "Na cabana do rei" de Catulo de Paula e Jaime Florence e o xote "Só se rindo" de Alvarenga e Ranchinho. No mesmo ano Gonzaga sofreu um grave acidente automobilístico que quase pôs fim à sua vida. Seguia ele de Miguel Pereira para o Rio de Janeiro, quando numa curva a porta do carro cedeu e ele foi arremessado para fora, recebendo uma pancada da porta na cabeça e sofrendo traumatismo craniano e ferimento num olho. Ainda em 1961 morreu seu grande parceiro Zédantas. Pouco depois ele travou conhecimento com João Silva, que se tornaria o terceiro parceiro em importância na sua carreira. Em 1962 voltou a gravar discos em 78 rotações, incluindo, entre outras, o xote "Véio macho" de Rosil Cavalcanti, que daria nome a seu LP daquele ano. Os baiões "Pássaro Caraó" e "Sanfoneiro Zé Tatu", de parceria com Zé Marcolino, foram incluídos também no LP. Por essa época foi contratado para uma temporada na Rádio Mayrink Veiga que duraria até o ano seguinte. Em 1963, além dos discos em 78 rotações, lançou o LP "Pisa no pilão", que registrou alguns clássicos como "A morte do vaqueiro", toada em parceria com Nelson Barbalho, e "Pra onde tu vai, baião?", baião de João do Vale e Sebastião Rodrigues, quase um retrato da situação passada pelo Rei do Baião ao dizer em sua letra: "Pronde tu vai, baião? Eu vou sair por aí/Mas por que baião?/Ninguém me quer mais aqui.". Por essa época, Gonzaga passa a apresentar-se em pequenas cidades do interior, cantando em circos e praças públicas. Se nas grandes cidades seu nome ficou em esquecimento, no interior manteve a força e o carisma. Certa vez, na cidade de Nanuque em Minas Gerais, ficou acertado que seu show seria apresentado no cinema às 21 horas, depois de um filme de Elvis Presley. Feita a divulgação da apresentação, foi tamanha a ocorrência de público que foi necessário realizar o show em duas sessões. Em 1964 lançou outro LP que se tornaria clássico, com a toada "A triste partida", de Patativa do Assaré, que deu nome ao disco, verdadeiro manifesto sertanejo. Do mesmo disco constam ainda a toada "Cacimba nova" e o xote "Numa sala de reboco", ambos de parceria com José Marcolino, e a valsa "Lembrança da primavera", composta por Gonzaguinha quando tinha apenas 14 anos. Sua carreira prossegue no interior e a cada ano lança um novo LP, com sucessos como "Meu Araripe", parceria com João Silva, ou "Canaã" de Humberto Teixeira. No mesmo ano adquiriu um terreno em Exu, Pernambuco, preparando seu retorno para a terra natal. Por essa época, a caminho da Rádio Mayrink Veiga no Rio de Janeiro, teve roubada sua sanfona preta da marca Universal. Conseguiu emprestada de Antenógenes Silva uma sanfona branca. A partir de então passou a somente usar sanfona branca. Encomendou uma à fabrica Todeschini e mandou cunhar a inscrição "É do povo", numa irônica homenagem ao ladrão, frase que acompanharia doravante todos os seus instrumentos. Até 1966 não gravou nenhum disco novo. Nesse mesmo ano, as edições Fortaleza lançaram o livro "O sanfoneiro do riacho da Brígida", autobiografia que ele ditou a Sinval Sá. O sucesso do livro foi imediato, tendo sido feitas mais quatro edições no mesmo ano. O livro não saiu em livrarias, tendo sido vendido pelo próprio Gonzaga, com auxílio de seus músicos, durante seus shows. Para reforçar as finanças cada vez mais difíceis, atuou como músico de estúdio e fez campanhas políticas, o que já fizera em outras épocas da carreira. Em 1967 gravou o LP "Óia eu aqui de novo", novo marco em sua carreira, trazendo composições de sua autoria, Onildo Almeida, José Clementino, Luiz Guimarães e João Silva, um novo time de compositores que irá atuar com ele nas próximas duas décadas, quando do retorno paulatino de sua carreira ao reconhecimento nas grandes cidades e na grande mídia. Do disco constavam, entre outras, "Xote dos cabeludos", parceria com José Clementino, "Garota Todeschine", parceria com João Silva, "Hora do adeus" de Onildo Almeida e Luiz Queiroga, "Do lado que relampea" de Luiz Guimarães e "Óia eu aqui de novo" de Antônio Barros. No mesmo ano fez histórico depoimento para o MIS, entrevistado pelo diretor da instituição, seu amigo R. C. Albin. Nesta ocasião apresentou publicamente seu filho Gonzaguinha, então totalmente desconhecido. Em 1968 lançou três LPs: "O sanfoneiro do povo de Deus", com composições de cunho místico religioso, como "Ave Maria sertaneja" de Júlio Ricardo e de Oliveira e "Padroeira do Brasil" de sua autoria e Raimundo Granjeiro. Lançou ainda "Canaã", com música-título de Humberto Teixeira, e "São João do Araripe", com música-título de sua parceria com João Silva e que trazia quatro composições do seu filho Luiz Gonzaga Jr: "Diz que vai virar", "Pobreza por pobreza", "Erva rasteira" e "Festa". No mesmo ano gravou um compacto com a composição "Pra não dizer que não falei das flores" de Geraldo Vandré. No mesmo ano, Gilberto Gil, um dos líderes do movimento intitulado Tropicália, em entrevista concedida a Augusto de Campos, dizia ter sido Luiz Gonzaga "a primeira grande coisa significativa do ponto de vista da cultura de massa no Brasil". Outro líder do movimento, Caetano Veloso, também deixava clara sua admiração pelo cantor, compositor e sanfoneiro nordestino. Por essa época, o radialista e jornalista Carlos Imperial divulgou o boato de que o conjunto de rock inglês The Beatles gravaria "Asa branca" em seu novo disco, o que levou a uma correria em torno de Luiz Gonzaga, que em entrevista concedida ao "O Pasquim", em 1971, revelaria que ganhou cachê e gravou programa para falar sobre o assunto. Apresentou-se no mesmo período na TV Continental no programa "Noite Impecável". Em 1969 não gravou nenhum disco, mas teve a composição "Dezessete légua e meia", de parceria com Humberto Teixeira, regravada por Gilberto Gil no LP "Cérebro eletrônico". Em 1970 gravou o LP "Sertão 70", que traz, entre outras, "Já vou mãe", primeira parceria de Dominguinhos e Anastácia, que na ocasião trabalhavam com ele. Por essa época, colaborou com o Padre João Câncio na preparação da "Missa do vaqueiro", inspirada na toada "A morte do Vaqueiro". A missa, um pungente protesto contra a miséria e a opressão do homem nordestino, foi financiada por Gonzaga até 1974. Juntamente com os irmãos Bandeira, repentistas cearenses, animou a missa durante vários anos. Em 1971, Caetano Veloso, exilado em Londres, gravou em seu novo disco, com músicas em inglês, a toada "Asa branca", única música em português, que se tornou uma espécie de hino dos exilados pelo regime militar. No mesmo ano, por idéia do produtor da RCA Rildo Hora, gravou o LP "O canto jovem de Luiz Gonzaga", interpretando diversas composições de jovens compositores brasileiros da época, como "Chuculatera" de Antônio Carlos e Jocafi, "Procissão" de Gilberto Gil, "Cirandeiro" de Capinam e Edu Lobo, "Fica mal com Deus" de Geraldo Vandré, "O dia em que eu vim me embora" de Caetano Veloso e Gilberto Gil, e outras. No mesmo ano, em show no Palais de La Mutualité em Paris, Gal Costa e Gilberto Gil incendiaram o público ao cantar uma versão de 45 minutos da toada "Acauã", composta por Gonzaga e Zédantas nos idos de 1952. Ainda em 1971 concedeu longa entrevista ao jornal "O Pasquim" e recebeu da TV Tupi o título de "Imortal da Música Brasileira". Na mesma época foi convidado por Carlos Imperial a assistir a um festival de rock na cidade de Guarapari, no Espírito Santo, e, como os artistas convidados não compareceram, acabou fazendo o show para a platéia composta de hippies e jovens politizados que dançaram ao som de sua sanfona. Em 1972 apresentou-se no show "Luiz Gonzaga volta para curtir", com produção de Capinam, no Teatro Tereza Rachel no Rio de Janeiro. Na mesma época concedeu entrevista à vanguardista revista "O Bondinho". Sua produção musical, entretanto, andava na contramão da popularidade que voltava a subir, pois tornava-se distante do que havia de autêntico em sua obra. Naquele ano ainda lançaria dois LPs pela RCA, "Aquilo bom" e "São João quente", dos quais somente se sobressaiu um grande sucesso, "Ovo de codorna", de Severino Ramos. Em 1973 transferiu-se para a gravadora Odeon onde lançou cinco LPs em dois anos, com muitas regravações e sem nenhuma música que tenha marcado a sua carreira. Recebeu no mesmo ano o título de "Cidadão Paulista". No mesmo período a RCA lançou duas coletâneas de seus sucessos. Nessa época a decolagem de sua carreira parou em função do equivocado apoio que deu ao governo militar. Sua fama, entretanto, permaneceu e ele abriu durante dois anos o forró Asa Branca na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Em 1975 participou da série "MPB 100, um século de m.p.b", transmitida em cadeia nacional pelo Projeto Minerva e apresentada, ao vivo, por R. C. Albin. Os programas foram convertidos em 8 LPs de igual título, produzidos pelo mesmo apresentador, que incluiu a participação de Gonzaga em todo um lado do elepê número 4 da série. No mesmo ano lançou outro LP com coletânea de sucessos, "Asa Branca", pela RCA gravadora, para a qual retornou. Em 1976, Janduhy Filizola, com quem compusera algumas músicas, musicou totalmente a "Missa do Vaqueiro", gravada no mesmo ano pelo Quinteto Violado. Durante excursão naquele ano recebeu o título de "Cidadão cearense", num show em Fortaleza. Ainda naquele ano, numa viagem de avião de Pernambuco a Brasília conheceu Edelzuita, o grande amor da última fase de sua vida. Ainda em 1976 lançou o LP "Capim novo", com música-título de sua autoria e Severino Ramos, que obteve boa repercussão, mostrando de volta o velho estilo que o consagrara. A música-título virou tema da novela Saramandaia, da TV Globo, e o levou de volta às paradas de sucesso. Em agosto daquele ano a mesma TV Globo exibiu o "Especial Luiz Gonzaga", na série "Brasil especial", dirigida por Augusto César Vannucci e escrita por R. C. Albin, entre outros, com a participação de toda a família, incluindo o velho Januário, que aos 85 anos viajou para o Rio de Janeiro. Em 1977 lançou o elepê "Luiz Gonzaga e Carmélia Alves", mesmo nome de um show realizado pela dupla no Teatro João Caetano. no Rio de Janeiro, dentro do projeto Seis e Meia. Lançou também no mesmo ano o LP "Chá cutuba", música-título de Humberto Teixeira, que também assinou "Menestrel do Sol". O disco trouxe ainda a regravação de "Baião de dois", parceria de Gonzaga e Teixeira e um de seus grandes sucessos. Realizou na mesma ocasião uma excursão com Carmélia Alves e Dominguinhos, além de ter reproduzido em mais de 80 emissoras de rádio a série "O eterno Gonzaga", produzida pelo estúdio Free de São Paulo. No mesmo ano entrou para a versão brasileira da "Enciclopédia Britânica", com foto em cores para ilustrar o parágrafo a seu respeito. Em 1978 lançou o LP "Dengo maior" trazendo, entre outras, "Alegria de pé de serra" de Dominguinhos e Anastácia, "Salmo dos aflitos", com Humberto Teixeira, "Umbuzeiro da saudade" com João Silva, "Serrote agudo" com José Marcolino e "Viola de Penedo" de Luis Bandeira. Em 1979 lançou o LP "Eu e meu pai", numa homenagem a Januário, que falecera um ano antes. O disco trouxe algumas regravações como "Súplica cearense", de Gordurinha e Nelinho, "A vida do viajante", em parceria com Hervê Cordovil, e a clássica "Respeita Januário", com Humberto Teixeira. No mesmo ano gravou o instrumental "Quadrilhas e marchinhas" com um pot-pourri de 24 composições de seu repertório. Nesse período retornou para Exu e iniciou uma campanha em prol da preservação da ave conhecida como Asa Branca. Foi criado o Parque Asa Branca. Nesse período atuou ativamente para acabar com as brigas de família na região de Exu. Em 1980 foi o indicado do Nordeste para cantar para o Papa João Paulo II em sua visita ao Brasil. No início da década participou da temporada "Sabor Brasil", ao lado de Clara Nunes, Altamiro Carrilho, Waldir Azevedo, João Nogueira e João Bosco. Em 1981 lançou o LP "A festa", contando com a participação de Luiz Gonzaga Jr, Emilinha Borba, Dominguinhos e Milton Nascimento, com quem cantou "Luar do sertão", de Catulo da Paixão Cearense. No mesmo ano chegou às lojas o álbum duplo "Vida do viajante", gravado ao vivo durante a excursão pelo Brasil feita com o filho Gonzaguinha no ano anterior. Durante essa excursão, Gonzaga ganhou o apelido de Gonzagão, que muitos críticos acham inapropriado, a partir de uma faixa colocada em um show em São Paulo que dizia: "Gonzagão e Gonzaguinha, a maior dupla sertaneja do Brasil". Entre 1979 e 1984 engajou-se na luta contra a seca que assolou o Nordeste brasileiro naquele período, gravando até composições que aludiam ao fato, como foi o caso de "Sequei os olhos", feita em parceria com João Silva, gravada no disco "70 anos de sanfona e simpatia". Neste disco, lançado em 1983 houve as participações especiais de Alceu Valença, na faixa "Plano piloto" de Carlos Fernando e Alceu Valença e Téo Azevedo na faixa "A peleja de Gonzagão e Teo Azevedo", de autoria deste último. Nessa época recebeu convite da cantora Nazaré Pereira, radicada em Paris, que organizou um show para ele na casa de espetáculos "Bobino". Em 1984 lançou o disco "Danado de bom", com algumas regravações, contando com a participação de Elba Ramalho na faixa "Sanfoninha choradeira" dele e João Silva. Nesse ano recebeu o primeiro disco de ouro de sua carreira, pelo disco "Danado de bom". No mesmo ano recebeu o Prêmio Shell da Música Popular Brasileira. Por essa época, a RCA redirecionou a produção dos discos de Gonzaga, retornando a uma concepção mais original de seu trabalho. O resultado foi que seus discos deram um salto de vendagem, passando dos 25.000 anuais para 200.000 a partir de então. Também naquele ano gravou seu primeiro disco com Fagner, com diversas músicas que foram sucesso em sua carreira, além de "Sangue nordestino", uma parceria com João Silva. Também em 1984, gravou especial para a Rede Globo com as participações especiais de Fagner, Elba Ramalho, Sivuca, Osvaldinho do Acordeon, Dominguinhos e Gadalupe. No começo do show declarou: "Quero aproveitar essa oportunidade que a TV Globo me dá para dizer que termino hoje minha profissão, a minha carreira. Fiz isso de surpresa porque quis fugir daquele esquema de festa de despedida." A despedida no entanto não se confirmaria pois continuou atuando quase até sua morte.

Em 1985 foi lançado "Sanfoneiro macho", com seis parcerias com João Silva, entre as quais "Forró do bom", "A mulher do sanfoneiro" e "Deixa a tanga voar". Esse disco contou com a participação especial de Dominguinhos, Gonzaguinha, Sivuca, Glorinha Gadelha, Gal Costa e Elba Ramalho e arrematou dois discos de ouro.

Em 1986 participou na França do grande festival da música brasileira "Couleurs Brésil", com apresentações de diversos artistas brasileiros durante cinco dias no Zenith, Olympia e na Grande Halle de La Villette. Gonzaga apresentou-se no show final na maior das três salas, a Grande Halle, juntamente com Fafá de Belém, Moraes Moreira, Armandinho Macedo e Alceu Valença. No mesmo ano gravou o disco "Forró de cabo a rabo" cujo lançamento ocorreu quando estava em Paris. Quando voltou, constatou que o disco havia estourado e era um grande sucesso, especialmente as composições feitas com João Silva, entre as quais a que deu título ao disco, "Rodovia asa branca", "Viva meu Padim", que contou com a participação de Benito de Paula, "Xote machucador" de João Silva e Dominguinhos e "Eu e meu fole" de Zé Marcolino, entre outras. O disco contou ainda com a participação do músico gaúcho Renato Borghetti na faixa "Forronerão-Jardim da saudade", de Borghetti e L. Rodrigues. O disco recebeu dois discos de ouro e um disco de platina. Em 1987 lançou "Fia pavi", disco que o reaproximou do parceiro João Silva com quem havia brigado. Nele aparecem quatro composições dos dois, entre as quais "Pobre do sanfoneiro" e "Nem se despediu de mim". Havia ainda "Mariana" de Gonzaguinha e Gonzagão, com participação de Gonzaguinha. No mesmo ano começou a gravar um novo disco com Fagner, contando com a participação de Gonzaguinha. Em fins do mesmo ano sua saúde piorou com a descoberta de que tinha câncer de próstata e sofria de osteosporose. Ele mesmo não ficou sabendo. No entanto, continuou animadamente a desenvolver planos para instalar seu museu pessoal em Exu. Em 1988 chegou nas lojas o disco "Gonzagão e Fagner", com o selo BMG, trazendo diversos sucessos de Gonzaga, entre os quais "ABC do sertão" e "Vem morena", com Zédantas, "Estrada de Canindé" e "Juazeiro", com Humberto Teixeira, "Pobre do sanfoneiro", com João Silva, e "Xamego", com Miguel Lima, num verdadeiro apanhado da obra do sanfoneiro. No mesmo ano realizou show com Elba Ramalho. Ainda em 1988 a BMG lançou o LP "Aí tem Gonzagão", contando com a participação de Carmélia Alves na faixa "Vamos juntar os troços" de Antônio Barros Silva e de Geraldo Azevedo em "Taqui pra tu" de Gonzaga e João Silva. Foi lançada também a colecão "50 Anos de chão", caixa com cinco LPs compilando o essencial de sua obra. Nessa época separou-se finalmente da mulher Helena e foi morar com Edeuzuita em Recife. Em 1989 lançou pela Copacabana seu último disco, "Vou te matar de cheiro", que não teve grande repercussão e que trazia diversas composições da parceria com João Silva, como a faixa-título "Já era tempo" e "Meu arcoverde", que conta com a participação do próprio Silva na gravação. Em 6 de junho daquele ano participou de seu último show, uma homenagem que artistas de todo o Brasil lhe prestaram no Teatro Guararapes em Recife. Estava com a agenda de São João repleta quando, em 21 de junho, foi internado no Hospital Santa Joana no Recife, vindo a falecer no dia 2 de agosto daquele ano. Quando do transporte de seu corpo até o aeroporto, de onde seguiria para o sepultamento no Ceará, ao passar pelas ruas do Recife, a multidão que se aglomerava nas ruas gritava "Hei, hei, Luiz é nosso Rei". Ao chegar a Juazeiro do Norte no Ceará para ser abençoado no Memorial de Padim Ciço, o corpo de Luiz Gonzaga recebeu homenagens dignas de um rei. Milhares de pessoas se aglomeraram nas ruas e o cortejo fúnebre teve de percorrer diversas ruas e avenidas para que o povo se despedisse de Gonzaga. Depois seguiu para Exu onde ocorreu o sepultamento. Em sua cidade natal foi novamente reverenciado pelo povo nas ruas, acompanhando o féretro cantando suas músicas ao som dos sanfoneiros Dominguinhos, Valdones, José Torres de Menezes, Janduhy Finizola, José Marques Filho e Zé Manu, entre outros. Na hora do sepultamento, a multidão composta de cerca de 20 mil pessoas cantou em coro a "Asa branca", canto de despedida ao Rei do Baião. Em 1993, a RCA/BMG lançou o CD "Volta pra curtir", gravação ao vivo de show apresentado por Gonzaga em 1972 no Teatro Tereza Raquel. No show, o patriarca do baião toca acompanhando por Dominguinhos na sanfona, Renato Piau na guitarra e Maria Helena na percussão. São interpretadas, entre outras, "Moda da mula preta", de Raul Torres, "Lorota boa", com Humberto Teixeira, "Numa sala de reboco", com José Marcolino, "Assum preto", "Volta da asa branca" e "No meu pé de serra", num show memorável. Em 1999, por ocasião dos dez anos de sua morte, o Museu de Caruaru abriu a exposição permanente do artista. No mesmo ano, recebeu homenagem no Lincoln Center em Nova York. Em 2001, dentro do programa "Em cena Brasil", foi apresentado no Rio de Janeiro, depois de ter estreado em Salvador, o espetáculo musical "O vôo da asa branca", dirigido por Deolindo Checcucci, contando a vida do Rei do Baião. Ainda em 2001, a BMG lançou o CD "Duetos com Mestre Lua - Gonzagão e convidados", no qual, através do uso da tecnologia, são misturadas antigas gravações do Mestre do Baião e vozes de cantores atuais. Estão presentes no Cd, entre outros, Chico Buarque na faixa "Procissão", de Gilberto Gil, Lenine em "No dia em que eu vim me embora", de Caetano Veloso, Falamansa em "A hora do adeus" e "Rastapé", em "Fulô da maravilha", de Luiz Bandeira.

Em 2002, por ocasião dos seus 90 anos de nascimento foi homenageado com show no Armazén 5, na zona do Cais do Porto, no Rio de Janeiro, com a participação de Marinês, Daniel Gonzaga, Banda de Pífanos de Caruaru e Forroçacana. Na mesma ocasião, o Sesc Pompéia em São Paulo apresentou a série "São Luiz Gonzaga", com a participação dos trios Virgulino, Araripe e Sabiá, além do sanfoneiro Oswaldinho do Acordeom. Também na mesma época, o Quinteto Violado lhe prestou homenagem com a exposição "Luiz Gonzaga - a saga de um rei", na Fundação Quinteto violado, além do lançamento do CD "Retirantes, sanfona e violada", músicas e casos relembrados a partir da longa vivência do grupo com o Rei do Baião. Além de clássicos como "Asa branca", o CD trás também a música "São João de seu Luiz", de Toinho Alves, composta no ano da morte do sanfoneiro. Em 2003, a BMG lançou o pacote "Danado de bom" constituído por um CD, um DVD e uma fita de vídeo com o anunciado, mas não cumprido "show de despedida" do Rei do Baião. O anúncio foi feito no início do especial gravado para a rede Globo em 1984. O áudio do show foi restaurado e o pacote inclui depoimentos dos convidados do show, uma visita dele à cidade de Exú, na casa de seu tio Jacó, citado na música "Respeita Januário", um encontro com o filho Gonzaguinha e cenas de um show na TV Tupi em 1953. No mesmo ano, o selo Revivendo lançou o CD "Despedida", no qual aparecem composições menos citadas normalmente, mas ainda assim de grande sucesso como "A dança da moda", com Zé Dantas; "Pra onde tu vai baião", de João do Vale e Sebastião Rodrigues; "Comício do mato" e "Estrada de Canindé", com Humberto Teixeira; "Tambaú", de Severino Araújo e Silvino Lopes; "Rei Bantu", com Zé Dantas e "Baião da Penha", de Guio de Moraes e David Nasser, entre outras. Em 2004, o selo Revivendo lançou o CD "Quarqué dia" traçando um verdadeiro painel da música nordestina com xotes, baiões, cocos, baiões e toadas, entre outros ritmos, registrando principalmente músicas menos conhecidas do "Rei do baião" como a faixa título e "Café". No mesmo ano, "Asa Branca", composta com Humberto Teixeira, foi apontada como uma das mais executadas, em diversas apresentações de palco, além de execuções no rádio, segundo dados da Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição). Em 2005, o poeta Xico Bezerra lançou o CD Forroboxote 4, em homenagem ao Rei do Baião, cuja força musical fez nascer o que alguns denominam "escola Luiz Gonzaga", à qual iúmeros artistas se declaram admiradores, ou mesmo, seguidores. Sobre esse fato, vale citar o artigo de Tárik de Souza, publicado noJornal do Brasil em 18/08/2005, com o título '"Os herdeiros do Rei". Nele, o jornalista apresenta uma sequência de seguidores de Luiz Gonzaga, indo de Dominguinhos, Nando Cordel e Jorge de Altinho, passando por Petrúcio Amorim, Alcymar Monteiro, Maciel Melo, Carlos Moura e Targino Gondim, sem esquecer os que denomina pós-roqueiros, como Alceu Valença, Fagner, Zé Ramalho, Geraldo Azevedo, Belchior e Ednardo, além do sanfoneiro Genaro, ex-integrante do Trio Nordestino e Waldonys, entre outros. Ainda em 2005, o dia de seu nascimento, 13 de dezembro, foi transformado no "Dia Nacional do Forró", comemorado a partir desse ano, conforme o projeto de lei da deputada Luiza Erundina, aprovado pela Câmara dos deputados. A aprovação contou com o lançamento de selo comemorativo e shows realizados em São Paulo, Campina Grande, Pernambuco e Bahia. Em 2006, foi homenageado pela escola de samba São Clemente, do Rio de Janeiro. Em dezembro desse mesmo ano, a editora Ediouro lançou o livro Gonzaguinha e Gonzagão, da escritora Regina Echeverria. Em 2007, Breno Silveira, o mesmo diretor do filme "Dois Filhos de Francisco", reuniu a família Gonzaga para participar seu projeto de 2008 de levar às telas a história de Gonzagão e Gonzaguinha. Também em 2007, a gravadora Revivendo preparou a caixa tripla "Luiz Gonzaga: seu canto sua sanfona, seus amigos", que inclíu, entre outras, uma gravação inédita de "Renascença", de Onildo Almeida, além de um duo do compositor com Gonzaga, interpretando "Feira de Caruaru", registrado nos estúdios da Rádio Jornal do Commércio, em 1958; "Polca fogueteira", de um 78 rotações, de 1957, onde constava apenas o nome de Severino Januário, nos oito baixos, apesar de ter no vocal o autor, Luiz Gonzaga; "Erosão", de Walter Santos e Teresa Souza, do disco "Som Brasileiro do Bamerindus" e "Forró das crianças", parceria com João Silva, com coro infantil para o LP Clube do Bozo, de 1984.

Fez...


A dança do Nicodemos (c/ José Marcolino) • A letra I (c/ Zédantas) • A morte do vaqueiro (c/ Nelson Barbalho) • A mulher do Lino (c/ Miguel Lima) • A mulher do sanfoneiro (c/ João Silva) • A puxada (c/ João Silva)• A vida do viajante (c/ Hervê Cordovil) • A volta da asa branca (c/ Zédantas) • ABC do sertão (c/ Zédantas) • Aboio apaixonado • Abraço do baião (c/ David Násser) • Acácia amarela (c/ Orlando Silveira) • Adeus Iracema (c/ Zédantas) • Adeus Rio de Janeiro (c/ Zédantas) • Ai amor (c/ Zédantas) • Ai, ai Portugal (c/ Humberto Teixeira) • Ai, Miquilina (c/ Guio de Morais) • Alembrando (c/ Severino Januário) • Algodão (c/ Zédantas) • Alvorada da paz (c/ Lourival Passos) • Amanhã eu vou (c/ Beduíno) • Aperriado • Apitando na curva • Apologia do jumento (c/ José Clementino) • Aquele chorinho • Aquilo bom (c/ Severino Ramos) • Aquilo sim que era vida (c/ J. Portela) • Araponga • Arcoverde meu (c/ João Silva) • Arrancando caroá • Asa branca (c/ Humberto Teixeira) • Assum preto (c/ Humberto Teixeira) • Baboleando (c/ Miguel Lima) • Baião da garoa • Baião de dois (c/ Humberto Teixeira) • Baião de Vassouras (c/ David Násser) • Baião do pescador (c/ Hervê Cordovil) • Baião dos namorados (c/ Sylvio M. de Araújo) • Baião granfino (c/ Marcos Valentim) • Baião no Braz (c/ Humberto Teixeira) • Baião (c/ Humberto Teixeira) • Balaio de Veramundo (c/ Zédantas) • Balaio (c/ Zédantas) • Balance Eu (c/ Nestor de Hollanda) • Balanço do calango (c/ J. Portella) • Bilu Bilu (c/ Miguel Lima) • Boi bumbá (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Braia Dengosa (c/ Zédantas) • Cabra da peste (c/ Zédantas) • Cabra macho (c/ Severino Januário) • Cachorro do má (c/ Severino Januário) • Cacimba nova (c/ José Marcolino) • Café (c/ Zédantas) • Caí no frevo • Calango da lacraia (c/ J. Portela) • Calangotango • Cana, só de Pernambuco (c/ Victor Simão) • Canastrinha (c/ Severino Januário) • Cantarino (c/ Nelson Valença) • Canto sem protesto (c/ Luiz Queiroga) • Capim novo (c/ José Clementino) • Capricho nortista (c/ Humberto Teixeira) • Carapina (c/ Severino Januário) • Cariri (c/ Humberto Teixeira) • Cartão de Natal (c/ Zédantas) • Casamento de Rosa (c/ Zédantas) • Catamilho na festa • Cavalo crioulo (c/ Janduhy Finizola) • Caxangá • Chapéu de coco e gratidão (c/ Aguinaldo Batista) • Chorei, Chorão (c/ Lorival Passos) • Choromingo • Cidadão sertanejo (c/ João Silva) • Cintura fina (c/ Zédantas) • Contraste de várzea (c/ José Clementino) • Conversa de barbeiro (c/ David Násser) • Corridinho Canindé (c/ Lourival Passos) • Cortando o pano (c/ Miguel Lima) • Creuza Morena (c/ Lourival Passos) • Criança má (c/ Giuseppe Ghiaroni) • Danado de bom (c/ João Silva) • Dança da moda (c/ Zédantas) • Dança de Nicodemos • Dança do macaco • Dança, Mariquinha (c/ Miguel Lima) • Daquele jeito (c/ Luiz Ramalho) • De Juazeiro a Pirapora • De Juazeiro pro Crato (c/ Julinho) • Dedo mindinho • Deixa a tanga voar (c/ João Silva) • Derramaro o gai (c/ Zédantas) • Desse jeito sim (c/ José Jataí) • Dezessete e setecentos (c/ Miguel Lima) • Dona Vera tricotando (c/ Humberto Teixeira) • Doutor do baião (c/ João Silva) • Dúvida (c/ Domingos Ramos) • É Pra rir ou não é (c/ Carlos Barroso) • É pra rir ou não é (c/ Carlos Barroso) • É sem querer (c/ Onildo Almeida) • Estrada de Canindé (c/ Humberto Teixeira) • Eu e minha branca (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Eu vou cortando (c/ Miguel Lima) • Eu vou pro Crato (c/ José Jataí) • Fazendo intriga • Feijão cum côve (c/ Jeová Portela) • Feira do gado (c/ Zédantas) • Firim firim firim (c/ Antonio Nogueira) • Flor de lírio (c/ João Silva) • Fogo sem fusil (c/ José Marcolino) • Fogueira de São João (c/ Carmelina) • Fole gemedor • Fole roncou (c/ Nelson Valença) • Forró das crianças (c/João Silva) • Forró de cabo a rabo (c/ João Silva) • Forró de Mané Vito (c/ Zédantas) • Forró de Ouricuri (c/ João Silva) • Forró de Pedro Chaves • Forró do bom (c/ João Silva) • Forró do Quelemente (c/ Zédantas) • Forró gostoso (c/ João Silva) • Forró no escuro • Forrofiar (c/ João Silva) • Fruta madura (c/ João Silva) • Fuga da África • Galo garnizé (c/ Antonio Almeida) • Garota Todeschini (c/ João Silva) • Gato angorá (c/ Humberto Teixeira) • Gauchita • Gibão de Couro • Imbalança (c/ Zédantas) • Impertinente • Já era tempo (c/ João Silva) • Juazeiro (c/ Humberto Teixeira) • Jumento é nosso irmão (c/ José Clementino) • Juvina (c/ Nelson Valença) • Karolina com K • Lá vai pitomba (c/ Onildo Almeida) • Lampião era besta não (c/ Solange Veras) • Lascando o cano (c/ Zédantas) • Légua tirana (c/ Humberto Teixeira) • Lenha de São João (c/ Zédantas) • Lenha verde (c/ João Silva) • Lorota boa (c/ Humberto Teixeira) • Luar do Nordeste • Lula meu filho (c/ Aguinaldo Batista) • Lygia • Macapá (c/ Humberto Teixeira) • Madame baião (c/ David Násser) • Madrilena (c/ Antonio Almeida) • Malhada dos bois (c/ Amânico Cardoso) • Mambo não (c/ Denis Brean) • Mané Gambá (c/ Jorge de Altinho) • Mané Zabé (c/ Zédantas) • Mangaratiba (c/ Humberto Teixeira) • Manoelito cidadão (c/ Helena Gonzaga) • Mara • Marcha da Petrobrás (c/ N. Barbalho e J. Augusto) • Maria (c/ Zédantas) • Mariana (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Marieta • Marimbondo (c/ José Marcolino) • Matuto aperriado (c/ José Marcolino) • Matuto de opinião (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Mazurca (c/ Raimundo Granjeiro) • Me deixe em paz (c/ Humberto Teixeira) • Meu Araripe (c/ João Silva) • Meu Pajeú (c/ Raimundo Granjeiro) • Meu pandeiro (c/ Ari Monteiro) • Meu passado (c/ W. Gomes) • Minha Fulô (c/ Zédantas) • Morena bela (c/ João Silva) • Morena, moreninha (c/ Hervê Cordovil) • Moreninha tentação (c/ Moacyr de Araújo) • Mulher de hoje (c/ Nelson Valença) • Na hora H • Não é só a Paraíba que tem Zé • Não vendo nem troco (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Nem se despediu de mim (c/ João Silva) • No meu pé de serra (c/ Humberto Teixeira) • No pianco (c/ José Marcolino) • Noites brasileiras (c/ Zédantas) • Nordeste pra frente (c/ Luiz Queiroga) • Numa sala de reboco (c/ José Marcolino) • Numa serenata • O bom improvisador (c/ Nelson Valença) • Ó de casa (c/ M. Rossi) • O fole roncou (c/ Nelson Valença) • O jumento é nosso irmão (c/ José Clementino) • O machucado (c/ Zédantas) • O Papa e o jegue (c/ Otacílio Batista) • O passo da rancheira (c/ Zédantas) • O passo do pinguim (c/ Humberto Teixeira) • O resto a gente ajeita (c/ Dalton Vogeler) • O tocador quer beber (c/ Carlos Diniz) • O torrado (c/ Zédantas) • O xamego da Guiomar • O xote das meninas (c/ Zédantas) • Olha a pisada (c/ Zédantas) • Olha pro céu (c/ José Fernandes) • Os bacamarteiros (c/ Janduhy Finizola) • Outro amanhã será (c/ João Silva) • Padroeira do Brasil (c/ Raimundo Granjeiro) • Pagode russo (c/ João Silva) • Pão duro (c/ Assis Valente) • Para xaxar (c/ Sylvio M. Araújo) • Paraíba (c/ Humberto Teixeira) • Pássaro Caraó (c/ José Marcolino) • Passeando em Paris • Pau de sebo (c/ Lunga) • Pau-de-arara de Minas Gerais (c/ Carlos Antunes) • Pau-de-arara (c/ Guio de Morais) • Paulo Afonso (c/ Zédantas) • Pé de Serra • Penerô Xerém (c/ Miguel Lima) • Perpétua (c/ Miguel Lima) • Pingo namorando • Piracuru (c/ Humberto Teixeira) • Pisa de mansinho • Pobre do sanfoneiro (c/ João Silva) • Polca fogueteira • Pra que mais mulher (c/ João Silva) • Projeto Asa Branca (c/ José Marcolino) • Pronde tu vai, Luiz (c/ Zédantas) • Propriá (c/ Guio de Morais) • Quadrilha chorona (c/ Chico Anísio) • Quase maluco (c/ Victor Simão) • Que é que tu qué (c/ Zédantas) • Que Modelos são os seus • Quem é? (c/ Jararaca) • Quer ir mais eu? (c/ Miguel Lima) • Quero chá (c/ José Marcolino) • Qui nem jiló (c/ Humberto Teixeira) • Qui ri qui qui (c/ Audízio Brizeno) • Recado do velho (c/ João Silva) • Regresso do Rei (c/ Onildo Almeida) • Rei Bantu (c/ Zédantas) • Reis do baião (c/ Luiz Bandeira) • Respeita Januário (c/ Humberto Teixeira) • Retrato de um forró (c/ Luiz Ramalho) • Riacho do navio (c/ Zédantas) • Rio Brígida (c/ Luiz Gonzaga Jr. ) • Rodovia Asa Branca (c/ João Silva) • Roendo unha (c/ Luiz Ramalho) • Sabiá (c/ Zédantas) • Sabido • Salmo dos aflitos (c/ Humberto Teixeira) • Sanfona do povo (c/ Luiz Guimarães) • Sanfona dourada • Sanfonando • Sanfoneiro macho (c/ Onildo Almeida) • Sanfoninha choradeira (c/ João Silva) • Sangue nordestino (c/ João Silva) • Sant'Anna • Santo Antônio nunca casou (c/ João Silva) • São João antigo (c/ Zédantas) • São João chegou (c/ Mariza Coelho) • São João do carneirinho (c/ Guio de Morais) • São João na roça (c/ Zédantas) • São João nas Capitá (c/ Luiz Ramalho) • Sarapaté (c/ Anselmo Domingues) • Saudades de Ouro Preto • Se não fosse esse meu fole (c/ Severino Ramos) • Se quer ver vem cá (c/ Miguel Lima) • Sequei os olhos (c/ João Silva) • Serra talhada (c/ Severino Januário) • Serrote agudo (c/ José Marcolino) • Sertão de aço (c/ José Marcolino) • Seu Januário • Siri jogando bola (c/ Zédantas) • Siridó (c/ Humberto Teixeira) • Só vale quem tem (c/ Zédantas) • Tá bom demais (c/ Onildo Almeida) • Tá legal (c/ Zédantas) • Tacacá (c/ Lorival Passos) • Taqui prá tu (c/ João silva) • Tenho onde morar (c/ Dário de Souza) • Tesouro e Meio • Tô sobrando (c/ Herve Cordovil) • Toca pai (c/ João Silva) • Toca sanfoneiro (c/ Stelinha Egg) • Toca uma polquinha • Toque de rancho (c/ J. Ferreira) • Treze de dezembro (c/ Zédantas) • Tudo é bão (c/ Zédantas) • Um pra mim, um pra tu (c/ João Silva) • Umbuzeiro da saudade (c/ João Silva) • Vamos xaxear (c/ G. Nascimento) • Vanda • Vassouras (c/ David Násser) • Vê se ligas pra mim (c/ João Silva) • Velho novo Exu (c/ Sylvio M. Araújo) • Velho pescador (c/ Hervê Cordovil) • Vem morena (c/ Zédantas) • Verônica • Véspera de São João (c/ F. Reis) • Vida de Vaqueiro • Vira e mexe • Viva meu Padim (c/ João Silva) • Vô casá já (c/ Zédantas) • Vou mudar de couro (c/ Humberto Teixeira) • Vou pra roça (c/ Zé Ferreira) • Vou te matar de cheiro (c/ João Silva) • Vozes da seca (c/ Zédantas) • Xamego das cabrochas (c/ Miguel Lima) • Xanduzinha (c/ Humberto Teixeira) • Xaxado (c/ Hervê Cordovil) • Xeêm (c/ José Clementino) • Xodó • Xote dos cabeludos (c/ José Clementino) • Xote ecológico (c/ Aguinaldo Batista)

Ispaiô...


. Véspera de São João/Numa serenata (1941) Victor 78
• Saudades de São João Del Rey/Vira e mexe (1941) Victor 78
• Nós queremos uma valsa/Arrancando caroá (1941) Victor 78
• Farolito/Segura a polca (1941) Victor 78
• Saudades de Ouro Preto/Pé de serra (1942) Victor 78
• Saudade/Apitando na curva (1942) Victor 78
• Sanfonando/Verônica (1942) Victor 78
• Calangotango/Minha Guanabara (1942) Victor 78
• Saudades de Areal/Pisa de mansinho (1942) Victor 78
• Seu Januário/Sant'Anna (1942) Victor 78
• Aquele chorinho/Lygia (1942) Victor 78
• Apanhei-te cavaquinho/Yvonme (1943) 78
• Manolita/O xamego da Guiomar (1943) Victor 78
• Araponga/Meu passado (1943) Victor 78
• Destino/Galo Garnizé (1943) Victor 78
• Subindo ao céu/Fuga da África (1944) Victor 78
• Recordações de alguém/Pingo namorando (1944) Victor 78
• Escorregando/Madrilena (1944) Victor 78
• Luar do Nordeste/Bilu Bilu (1944) Victor 78
• Xodó/Caprichos do destino (1944) Victor 78
• Fazendo intriga/Vanda (1944) Victor 78
• Catimbó/Despedida (1944) Victor 78
• Passeando em Paris/Aperriado (1944) Victor 78
• Provocando as cordas/Última inspiração (1945) Victor 78
• Dança, Mariquinha/Impertinente (1945) Victor 78
• Na hora H/Mara (1945) Victor 78
• Penerô/Sanfona dourada (1945) Victor 78
• Bolo mimoso/Dança do macaco (1945) Victor 78
• Perpétua/Isto é o que nós queremos (1945) Victor 78
• Queixumes/Zinha (1945) Victor 78
• Caxangá/Cortando o pano (1945) Victor 78
• Festa napolitana/Ovo azul (1945) Victor 78
• Marieta/De Juazeiro a Pirapora (1946) Victor 78
• É pra rir ou não é/Devolve/Não quero saber (1946) Victor 78
• Ó de casa/Xamego das cabrochas (1946) Victor 78
• Não bate nele/Calango da lacraia (1946) Victor 78
• Pão duro/Sabido (1946) Victor 78
• Saudades de Matão/Brejeiro (1946) Victor 78
• Toca uma polquinha/Feijão cum côve (1946) 78
• Eu vou cortando/Caí no frevo (1946) Victor 78
• No meu pé de serra/Pagode russo (1946) Victor 78
• Vou pra roça/Asa branca (1947) Victor 78
• Balanço do calango/Coração de mulher (1947) Victor 78
• Todo homem quer/Tenho onde morar (1947) Victor 78
• Quer ir mais eu?/Pau de sebo (1947) Victor 78
• A moda da mula preta/Firim firim firim (1948) Victor 78
• Lorota boa/Mangaratiba (1949) Victor 78
• Juazeiro/Baião (1949) Victor 78
• Siridó/Légua tirana (1949) Victor 78
• Vou mudar de couro/Gato angorá (1949) Victor 78
• Vem morena/Quase maluco (1949) Victor 78
• Dezessete légua e meia/Forró de Mané Vito (1949) Victor 78
• Vira e mexe/Qui nem jiló (1950) Victor 78
• A dança da moda/Respeita Januário (1950) Victor 78
• Assum preto/Cintura fina (1950) Victor 78
• Chofer de praça/No Ceará não tem disso não (1950) Victor 78
• Xanduzinha/A volta da asa Branca (1950) Victor 78
• Macapá/Boiadeiro (1950) Victor 78
• Adeus Rio de Janeiro/Rei Bantu (1950) Victor 78
• O torrado/Estrada de Canindé (1950) Victor 78
• Maria, coco-baião/Amanhã eu vou (1951) Victor 78
• Propriá/Olha pro céu (1951) Victor 78
• Tô sobrando/Morena, moreninha (1951) Victor 78
• Madama/Conversa de barbeiro (1951) Victor 78
• Sabiá/Baião da penha (1951) Victor 78
• Cigarro de paia/Baião da garoa (1952) Victor 78
• São João do carneirinho/Imbalança (1952) Victor 78
• Paraíba/Asa branca (1952) Victor 78
• São João na roça/Juca (1952) Victor 78
• Catamilho na festa/Pau-de-arara (1952) Victor 78
• Respeita Januário/Légua tirana (1952) Victor 78
• Acauã/Adeus Pernambuco (1952) Victor 78
• Baião da garoa/Piauí (1952) Victor 78
• Marabaixo/Jardim da saudade (1952) Victor 78
• Vamos xaxear/Xaxado (1952) Victor 78
• Baião de Vassouras/Beata mocinha (1952) Victor 78
• Moreninha tentação/Saudade de Pernambuco (1953) Victor 78
• O xote das meninas/Treze de dezembro (1953) Victor 78
• São João chegou/O casamento de Rosa (1953) Victor 78
• A letra I/Algodão (1953) Victor 78
• ABC do sertão/Vozes da seca (1953) Victor 78
• Para xaxar/A vida do viajante (1953) Victor 78
• Feira de gado/Velho novo Exu (1953) Victor 78
• Olha a pisada/Vô pra casa já (1954) Victor 78
• Noites brasileiras/Lascando o cano (1954) Victor 78
• Cana, só de Pernambuco/relógio Baião (1954) Victor 78
• A canção do carteiro/Velho pescador (1954) Victor 78
• Cartão de Natal/Maria fulô (1954) Victor 78
• Baião grãfino/Só vale quem tem (1955) Victor 78
• Paulo Afonso/Padroeira do Brasil (1955) Victor 78
• Café/Cabra da peste (1955) Victor 78
• Baião dos namorados/Ai amor (1955) Victor 78
• Forró do Zé Tatu/Riacho do navio (1955) Victor 78
• A História do Nordeste na voz de Luiz Gonzaga (1955) RCA Victor LP
• Buraco do tatú/Açucena cheirosa (1956) Victor 78
• Mané Zabé/Lenda de São João (1956) Victor 78
• O cheiro de Carolina/Aboio apaixonado (1956) Victor 78
• Derramaro o gai/Vassouras (1956) Victor 78
• Tacacá/Chorão (1956) Victor 78
• Braia dengosa/Tesouro e meio (1956) Victor 78
• Siri jogando bola/Saudade da boa terra (1956) Victor 78
• Aboios e vaquejadas (1956) RCA Victor LP
• A feira de Caruaru/Capital do agreste (1957) Victor 78
• O passo da rancheira/São João antigo (1957) Victor 78
• Quarqué dia/Malha de bois (1957) Victor 78
• Linda brejeira/Meu Pajeú (1957) Victor 78
• O delegado no coco/Comício no mato (1957) Victor 78
• O reino do baião (1957) RCA Victor LP
• Forró no escuro/Moça de feira (1958) Victor 78
• Que modelo são os seus/Festa no céu (1958) Victor 78
• A moda da mula preta/Xote das moças (1958) Victor 78
• Chorei chorão/Balance eu (1958) Victor 78
• Sertão sofredor/Gibão de couro (1958) Victor 78
• São João na roça (1958) RCA Victor LP
• Xamego (1958) RCA Victor LP
• O sertanejo do Norte/Xote do véio (1959) Victor 78
• Fogueira de São João/Casamento atrapaiado (1959) Victor 78
• Marcha da Petrobrás/Calango da lacraia (1959) Victor 78
• Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zédantas (1959) RCA Victor LP
• Amor da minha vida/Meu padrim (1960) Victor 78
• São João do arraial/Testamento de caboclo (1960) Victor 78
• Vida de vaqueiro/Maceió (1960) Victor 78
• Luiz "Lua" Gonzaga (1961) RCA Victor LP
• Véio macho (1962) RCA Victor LP
• São João na roça (1962) RCA Victor LP
• O véio macho/Pássaro Caraó (1962) Victor 78
• Sanfoneiro Zé Tatu/Baldrona macia (1962) Victor 78
• Matutu aperriado/De Teresina a São Luiz (1962) Victor 78
• Pedido a São João/A morte do vaqueiro (1963) Victor 78
• Linforme instravagante/Desse jeito sim (1963) Victor 78
• Pisa no pilão (1963) RCA Victor LP
• Sanfona do povo (1964) RCA Victor LP
• Luiz Gonzaga - sua sanfona e sua simpatia (1966) RCA Camden LP
• Óia eu aqui de novo (1967) RCA Victor LP
• O sanfoneiro do povo de Deus (1968) RCA Victor LP
• São João do Araripe (1968) RCA Victor LP
• Canaã (1968) RCA Victor LP
• Os grandes sucessos de Luiz Gonzaga (1968) RCA Camden LP
• Meus sucessos com Humberto Teixeira (1968) RCA Camden LP
• Sertão 70 (1970) RCA Victor LP
• Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zé Dantas (1970) RCA Camden LP
• Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (1970) RCA / Editora Abril Cultural 33/10 pol.
• A triste partida (1970) RCA LP
• O Nordeste na voz de Luiz Gonzaga (1970) RCA LP
• O canto jovem de Luiz Gonzaga (1971) RCA Victor LP
• Aquilo bom! (1972) RCA Camden LP
• São João quente (1972) RCA Victor LP
• Luiz Gonzaga (1973) Odeon LP
• Quadrilhas e marchinhas juninas (1973) RCA Camden LP
• O fole roncou (1974) EMI - Odeon LP
• Sanfona do povo (1974) RCA LP
• A nova Jerusalém (1974) EMI Odeon / Jangada LP
• Daquele jeito (1974) EMI LP
• Asa branca - Disco de Ouro (1975) RCA Camden LP
• Capim novo (1976) RCA Camden LP
• Luiz Gonzaga & Carmélia Alves (1977) RCA LP
• Chá Cutuba (1975) RCA Camden LP
• Dengo maior (1978) RCA Camden LP
• A grande música de Luiz Gonzaga (1978) Copacabana LP
• Disco de Ouro Vol. 2 (1979) RCA LP
• Luiz Gonzaga (1980) RCA Compacto simples
• Eu e meu pai (1979) RCA LP
• Quadrilhas e marchinhas Vol. 2 (1979) RCA LP
• O homem da terra (1980) RCA Victor LP
• A festa (1981) RCA LP
• Gonzagão e Gonzaguinha ao vivo, a vida do viajante (1981) EMI-Odeon/RCA LP
• Eterno cantador (1982) RCA LP
• Os grandes momentos de Luiz Gonzaga (1982) Som Livre LP
• 70 anos de sanfona e simpatia (1983) RCA LP
• Danado de bom (1984) RCA/Camden LP
• Luiz Gonzaga e Fagner (1984) RCA LP
• Luiz Gonzaga/Camargo Guanieri (1984) RCA LP
• Sanfoneiro macho (1985) RCA-Camden LP
• Forró de cabo a rabo (1986) RCA Camden LP
• De fiá pavi (1987) RCA Victor LP
• Gonzagão e Fagner 2 (1988) RCA (BMG) LP
• Aí tem Gonzagão (1988) RCA-Ariola LP
• Vou te matar de cheiro (1989) Copacabana LP
• Asa branca (1989) RCA Victor / BMG Ariola LP
• Missa de vaqueiro (1989) Magazine LP



COMPILAÇÕES E COLETÂNEAS


• O reino do baião (1957) RCA Victor LP
• São João na roça (1958) RCA Victor LP
• Xamego (1958) RCA Victor LP
• Luiz Gonzaga canta seus sucessos com Zédantas (1959) RCA Victor LP
• O Nordeste na voz de Luiz Gonzaga (1962) RCA LP
• Luiz Gonzaga, sua sanfona e sua simpatia (1966) RCA LP
• Os grandes sucessos de Luiz Gonzaga (1968) RCA LP
• Meus sucessos com Humberto Teixeira (1968) RCA LP
• Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (1977) Abril Cultural 33/10 pol.
• Luiz Gonzaga. Vol. 1 (1971) RCA LP
• São Paulo-QG do baião (1974) RCA LP
• Sanfona do povo (1974) RCA LP
• Asa Branca (1975) RCA LP
• Luiz Gonzaga. Vol. 2 (1979) RCA LP
• Discografia básica (1979) RCA LP
• Luiz Gonzaga. Vol. 3 (1981) RCA LP
• Os grandes sucessos de Luiz Gonzaga (1982) RCA LP
• Os grandes momentos de Luiz Gonzaga (1982) Som Livre LP
• O Rei volta para casa (1982) RCA LP
• 45 anos de sucesso (1985) RCA LP
• 50 anos de chão (1988) RCA LP



CDs


• Êta cabra danado de bom (1993) Revivendo CD
• Sanfona dourada (1994) Revivendo CD
• Meu pé de serra (1995) Revivendo CD
• Volta pra curtir (2001) RCA/BMG CD
• Duetos com Mestre Lua-Gonzagão e convidados (2001) BMG CD
• Luiz Gonzaga e Carmélia Alves ao vivo (2001) BMG CD
• Despedida (2003) Revivendo CD

Symphonia Brasil Barroco

A Symphonia Brasil Barroco é um grupo de câmara constituído aos moldes dos grupos musicais que atuaram nas igrejas no séc. XVIII no Brasil durante o período que a história da arte convencionou chamar de "barroco mineiro". A rigor, o "barroco mineiro" não se limita a um período histórico bem definido e uniforme. O termo neste caso não se restringe apenas ao estilo musical, mas também abriga as múltiplas manifestações artísticas e à concepção de mundo do período. Os traços presentes nas produções artísticas do "Barroco no Brasil" e em especial na música, apresentam marcas estilísticas do barroco, do arcadismo e do estilo galante em voga em meados do séc. XVIII. O barroco, adjetivado mineiro, se torna manifestação histórica ampla com suas qualidades intrínsecas, devido a sua originalidade de visão e suas múltiplas sensibilidades. É através da pesquisa destas diversidades e complexidades do estilo que a Symphonia Brasil Barroco, há vinte anos, direciona a interpretação do repertório setecentista produzido no Brasil.

A Symphonia Brasil Barroco espera continuar sempre contribuindo para a divulgação de uma expressão artística pouco conhecida entre nós, resgatando a memória de compositores brasileiros esquecidos pela história e incentivando a curiosidade e a formação de novos grupos/estudantes a pesquisar o estilo, reivindicando para o gênero o mesmo patamar de importância conquistada por outras formas de arte do período como a arquitetura, a escultura e a pintura.

Extraido: http://www.brasilbarroco.com/

domingo, 22 de novembro de 2009

Van Canto - banda de capela

A Banda

É uma banda alemã que conta com 5 vocais e um baterista. Não usam guitarras, baixos, etc, pois caracterizam uma banda de capela. Não é porque não gostem dos instrumentos (alguns membros da banda tocam instrumentos em outras bandas), mas porque acham incrível o que se pode fazer com a voz.


A bateria é usada pois foi tentado o uso "baterias de voz", mas todos não passaram dos 2 minutos da música "Lifetime".

Integrantes


Formação Atual
Philip Dennis Schunke ("Sly") - vocal principal
Inga Scharf - vocal principal
Stefan Schmidt ("Stef") - vocais baixos, solos de guitarra
Ross Thompson - vocais altos
Ingo Sterzinger ("Ike") - vocais profundos
Bastian -bateria
Ex-integrantes
Dennis Strillinger ("Strilli") - Bateria

Discografia

Álbuns de Estúdio

A Storm to Come (2006)
Hero (2008)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Violão Brasileiro - Rosinha de Valença

Instrumentista (violonista). Cantora. Arranjadora. Compositora.

(Maria Rosa Canelas)


30/7/1941 Valença, RJ

10/6/2004 Valença, RJ

Sobrinha do músico Fio da Mulata, recebeu do tio as primeiras noções de violão, desenvolvendo, em seguida, sua própria técnica. Aos 12 anos de idade, já acompanhava cantores na Rádio de Valença e se apresentava, com um grupo regional, em bailes da sua cidade. Em 1960, abandonou os estudos para dedicar-se exclusivamente à música.

Em 1963, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu Sérgio Porto, que afirmava que a instrumentista tocava por uma cidade inteira, o que lhe valeu o nome artístico que passou a adotar desde então. O jornalista apresentou-a a Baden Powell e a Aloysio de Oliveira, que a contratou para gravar seu primeiro disco pela Elenco, "Apresentando Rosinha de Valença", que incluiu a faixa "Consolação", de Baden Powell e Vinicius de Moraes. Nessa mesma época, apresentou-se em temporada na boate Bottle's (Beco das Garrafas). Trabalhou na noite carioca e na noite paulistana, acompanhando artistas como Eliana Pittman, Nara Leão e Quarteto em Cy, entre outros.

Em 1964, participou do show "O fino da bossa", realizado no Teatro Paramount (SP).

No ano seguinte, viajou para os Estados Unidos com Jorge Ben (hoje Jorge Benjor), Wanda Sá, Tião Neto e Chico Batera, o recém formado Brasil 65 de Sérgio Mendes. O grupo apresentou-se em shows e, mais tarde, já sem o cantor Jorge Ben, gravou dois discos. Foi considerada uma das maiores violonistas da época.

No final de 1965, após sucesso nos Estados Unidos, Canadá e México, excursionou por 24 países europeus, patrocinada pelo Itamaraty, como solista de um grupo de música popular brasileira. Apresentou-se, ainda, no Japão. Em seguida, viajou para Paris, com uma bolsa de estudos concedida pela Embaixada da França.

Em 1967, acompanhou Maria Bethânia no show "Comigo me desavim".

No ano seguinte, viajou para Portugal, Itália, Suíça, Israel, Rússia e alguns países africanos. Trabalhou com artistas internacionais, como Stan Getz, Sarah Vaughan e Henry Mancini, entre outros.

Voltou para o Brasil em 1971 e participou de quatro LPs consecutivos de Martinho da Vila.

Em 1974, formou uma banda com diferentes formações, com a participação de João Donato e Copinha, entre outros integrantes, tendo um de seus shows gravado em LP. Mais tarde, viajou para a França, apresentando-se em concerto com a Orquestra Sinfônica de Leon.

Em 1992, foi vítima de uma paralisia cerebral, entrando em irreversível estado de coma.

Em 2000, foi homenageada com o show beneficente "Uma noite para Rosinha", realizado no Canecão (RJ). O espetáculo foi organizado por Jalusa Barcellos, da Secretaria Estadual de Cultura e apresentado por Sérgio Cabral. Contou com a direção geral de Haroldo Costa e a direção musical de Jorge Simas, e com a participação de Beth Carvalho, Célia Vaz, Claudette Soares, Toque de Prima, Dona Ivone Lara, Elton Medeiros, Francis Hime, Olívia Hime, João Nogueira, Joanna, Joyce, Leci Brandão, Marisa Gata Mansa, Miúcha, MPB-4, Paulinho da Viola, Paulo César Pinheiro, Quarteto em Cy, Valéria Venturini, Zezé Motta, Clarisse, Cristóvão Bastos, Carlos Malta, Luciana Rabello e Carlinhos 7 Cordas, entre outros.

Constam da relação dos intérpretes de suas canções Martinho da Vila, Joanna, Zezé Motta, Rui Maurity, Tito Madi, Nana Caymmi e César Camargo Mariano, Wanderléa, Leci Brandão, Maria Bethânia e Paulinho Nogueira, entre outros.

Faleceu no dia 10 de junho de 2004, após 12 anos em estado de coma. Nesse ano, foi lançado o CD "Namorando a Rosa", co-produzido por Maria Bethânia e Miúcha, com a participação de Martinho da Vila, Célia Vaz, Done Ivone Lara, Caetano Veloso, Chico Buarque, Joanna, Bebel Gilberto, Hermeto Pascoal, Turíbio Santos e Yamandú Costa. Abrindo o disco, a única faixa que conta com o violão da própria artista homenageada, "Pedacinhos do céu" (Waldir Azevedo), extraída do disco "Cheiro de mato" (1976). Constam também do repertório as canções "Prelúdio de Rosa" (Turíbio Santos), "Rosinha essa menina" (Paulinho da Viola) e "Mais uma rosa" (Hermeto Pascoal", além de composições da própria violonista, como "Os grilos são astros", "Usina de prata", "Madrinha lua", "Pro amor de Amsterdã" (c/ Martinho da Vila), "Meus zelos", "A pescaria".

Obra

Aproveita que deu certo (c/ Alceu Maia) • Araponga • Ave rara (c/ Thereza Tinoco) • Benzedeiras guardiãs (c/ Martinho da Vila) • Cabocla Jurema • Caboclo Ubiratan • Campo verde (c/ Sarah Benchimol) • Cana caiana (c/ Maria Bethânia) • Clara paixão (c/ Nonato Buzar e Sarah Benchimol) • Coisas da vida • Cuíca • Encontro das águas (c/ Nonato Buzar) • Fim de festa (c/ Leci Brandão) • Interior • Ladrão de pecados (c/ Thereza Tinoco) • Madrinha lua • Metade de nós (c/ Joanna) • Meus zêlos • Natureza (c/ Leci Brandão) • Os grilos são astros • Porto das Flores • Pro amor de Amsterdam (c/ Martinho da Vila) • Reino antigo (c/ Maria Bethânia) • Samba dos ancestrais (c/ Martinho da Vila) • Tema do Zeca da Cuíca • Tema espanhol (c/ Celinho) • Uirapuru (c/ Arthur Laranjeiras) • Usina de prata • Vila de Santa Tereza (c/ Elisa Marina).

Discografia:

• Apresentando Rosinha de Valença (1963) Elenco LP
• Rosinha de Valença ao vivo (1966) Forma LP
• Rosinha de Valença apresenta Ipanema beat (1970) RCA Victor LP
• Um violão em primeiro plano (1971) RCA Victor LP
• Rosinha de Valença (1973) Som Livre LP
• Rosinha de Valença e banda ao vivo (1975) Odeon LP
• Cheiro de mato (1976) EMI-Odeon LP
• Sivuca e Rosinha de Valença ao vivo (1977) RCA Pure Gold LP
• Violões em dois estilos. Rosinha de Valença e Waltel Blanco (1980) Som Livre LP
• Participações ()
• In person at El Matador. Sergio Mendes & Brasil' 65 (1965) Atlantic/Fermata LP, CD
• Brasil' 65-Wanda de Sah featuring The Sergio Mendes Trio (1965) Capitol LP

Tributo:
• Namorando a Rosa (2004) Quitanda/Biscoito Fino CD.

Trecho de show de Rosinha na TVC.

sábado, 31 de outubro de 2009

Pérola do futebol novinha em folha...

Vasco 1 x Bahia 0. Segundo turno, campeonato brasileiro 2009, série B.


Repórter : E aí, Bebeto, no segundo tempo partir para cima do Vasco, pois o Bahia está precisando de ponto...
Bebeto: É tomamos um gol pela falta de atenção ali do nosso zagueiro. Vamos agora para o intervalo e o professor vai conversar com nós. No segundo tempo nós voltamos com tudo para cima do Vasco. Primeiro a gente faz um gol e depois o outro para vencer a partida.

Será que ele queria fazer os dois gols de uma só vez? A regra aceitaria se fosse possível fazer?



Colaboração: H. Cesar Pinheiro.

Violão Brasileiro - Garoto

Começou por aí...



Filho do casal de imigrantes portugueses Antônio Augusto Sardinha e Adosinda dos Anjos Sardinha, foi o primeiro a nascer no Brasil. O pai tocava guitarra portuguesa e violão. Desde muito cedo interessou-se pela música, iniciando seus experimentos em uma viola improvisada de pau e corda. Desde os 11 anos de idade, começou a trabalhar para auxiliar no sustento da casa, empregando-se como ajudante numa loja de instrumentos situada no bairro do Brás. Seu primeiro instrumento, um banjo, lhe foi dado por seu irmão Batista, que além de dedilhar o instrumento, era violonista e cantor. Ao longo de sua carreira, estudou música com Atílio Bernardini e composição com João Sepe, cursando matérias afins com Radamés Gnatali, de quem foi grande amigo.

Em 1926, com 11 anos de idade, começou tocando banjo no conjunto Regional Irmãos Armani, passando a ser conhecido desde então como Moleque do Banjo. Saindo do regional, em 1927, passou a tocar no Conjunto dos Sócios, de seu irmão Inocêncio, apresentando-se em reuniões e festas. Sua primeira oportunidade surgiu em 1929, quando, na exposição no Palácio das Indústrias, atuou num grande conjunto tocando ao lado de Canhoto, Zezinho e Mota. Posteriormente, formaram um conjunto orquestral. Seu ingresso na vida artística deveu-se inicialmente ao cantor Paraguassu, com quem fez suas primeiras gravações e várias excursões pelo interior de São Paulo. Ainda em 1929, apareceu como integrante do conjunto Chorões Sertanejos, que chegou a fazer algumas gravações pela etiqueta Parlophon. Nesta época, conheceu o violonista Aimoré (José Alves da Silva), com quem passa a atuar, seja em grupo, seja em duo, excursionando pelo interior nos intervalos das apresentações paulistanas.

Em 1930, estreou em disco solo, quando o maestro Francisco Mignone, na época diretor artístico da Parlophon, o recebeu para um teste, ao lado do violonista Serelepe. Foram convidados a gravar neste mesmo dia, registrando o maxixe-choro "Bichinho de queijo" e o maxixe "Driblando", ambas composições de sua autoria, em duo de banjo e violão. Em 1931, já tendo participado de programas na Rádio Record, foi convidado a atuar na Rádio Educadora Paulista (mais tarde Gazeta), tocando cavaquinho e bandolim, quando então passou a substituir Zezinho do Banjo, o posteriormenete famoso Zé Carioca, que se transferiu para a Rádio Cruzeiro do Sul. Em 1934, foi convidado por Jaime Redondo para atuar na Rádio Cosmos, onde passou a integrar o conjunto regional de Petit (Hudson Gaia), atuando ao lado de Aimoré, Atílio Grany e Pingo. Em julho de 1935, fez sucesso com Aimoré ao se apresentarem no Pavilhão de Festas da Exposição Rodoferroviária do Paraná. No intervalo dessas excursões, a dupla participou do filme musical "Fazendo fitas", uma sátira aos primeiros filmes sonoros brasileiros, dirigido por Vittorio Capellaro. Apresentando-se na Quarta Caravana Artística e na Rádio Clube Paranaense, recebeu proposta para atuar com Aimoré no Cassino Farroupilha, em Porto Alegre, onde assinaram seu primeiro contrato como dupla. De lá seguiram para a Argentina, acompanhando Carlos Gardel em alguns números. Retornando a São Paulo, a dupla apresentou-se a Sílvio Caldas que os convidou para uma temporada em Santos, na qual obteve grande sucesso tocando violão tenor.

Em 1936, gravou com solos de guitarra havaiana com acompanhamento de Aimoré duas obras suas, o choro "Dolente" e a valsa "Moreninha". Neste mesmo ano, por indicação de Sílvio Caldas e através de César Ladeira, Garoto e Aimoré foram convidados a atuar na Rádio Mayrink Veiga, emissora que possuía na época um dos melhores elencos do Rio. O excesso de trabalho lhe acarretou problemas de saúde, fazendo com que interrompesse por alguns meses suas atividades no Rio de Janeiro. Em 1937, já restabalecido, foi convidado pelo maestro Gaó (Odmar Amaral Gurgel), a integrar na Rádio Cruzeiro do Sul, de São Paulo, o conjunto regional e a orquestra Columbia. Com a volta de Aimoré em abril de 1937, retomam seu trabalho em dupla, apresentando-se nas estações PRB-6 (Rádio Cruzeiro do Sul) e PRE-7 (Rádio Cosmos) da organização Byington, até 1938, quando transferiu-se para o Rio de Janeiro terminando a dupla. No Rio, voltou à Rádio Mayrink Veiga. No mesmo ano, também com acompanhamento de Aimoré, gravou na guitarra havaiana a valsa "Sobre o mar" e no violão tenor o choro "Quinze de julho", ambas de sua autoria.

Em dezembro de 1938 passou a atuar ao lado de Carmem Miranda e Laurindo de Almeida. Com Laurindo, formaria a "Dupla do ritmo sincopado" e o conjunto Cordas Quentes. Em dupla com Aimoré fez ainda inúmeras gravações para a Odeon, acompanhando grandes nomes da época. Em 1939, gravou na Victor com o violonista Laurindo de Almeida os fox trots "Dá-me tuas mãos", de Roberto Martins e Mário Lago e "Música maestro por favor", de Wrubel e H. Magidson. Em outubro do mesmo ano, quando acompanhava Carmen Miranda que se apresentava nos EUA com o conjunto Bando da Lua, foi convidado a substituir Ivo Astolfi, integrante que estava deixando o Bando da Lua. Foi convidado a ir também e se constitiu num sucesso à parte, destacando-se naturalmente do conjunto. Marcou também sua presença na Feira Mundial de Nova Iorque ao lado de outros artistas brasileiros como Romeu Silva e sua orquestra e Zé Carioca. Ainda nos Estados Unidos, participou do filme "Down Argentine Way" rodado em 1940 pela Fox, com Carmen Miranda, que estreou no Brasil com o título de "Serenata Tropical". Em março de 1940, apresentou-se com Carmen Miranda para o presidente Roosevelt na Casa Branca, na comemoração da passagem de seu sétimo ano de Presidência. Após oito meses de permanência no exterior, retornou ao Brasil. De volta ao Rio de Janeiro, retomou suas atividades na Rádio Mayrink Veiga, formando o conjunto Garoto e seus Garotos, integrado por Valdemar Reis, Poli e Almeida ao violão, e Russo do Pandeiro.

Em 1941, gravou com o grupo Seus Garotos, com canto de Valdemar Reis, os sambas "Compromisso para as dez", de sua autoria e Natal César e "Ingratidão", de sua autoria e Geraldo Queiroz. Em 1942, transferiu-se para a Rádio Nacional, atuando na orquestra da rádio, regida por Radamés Gnattali, apresentando-se também em trios, duos e como solista. No mesmo ano, gravou na Odeon a valsa "Abismo de rosas", de Canhoto e o choro "Quanto dói uma saudade", de sua autoria. Ainda no mesmo ano, gravou o primeiro dos seis discos que fez com Carolina Cardoso de Menezes para a Victor com o fox

"Maria Helena", de Lorenzo Baecelata e o choro "Amoroso", de sua autoria. No ano seguinte, gravou com Carolina Cardoso de Menezes os foxes "Amor-Cielito lindo", de G. Ruiz, "Jalousie", de Jacob Gade, "Un peu d'amour", de Adrian Ross e "Amoureuse", e Rodolphe Berger e os choros "Tico-tico no fubá", de Zequinha de Abreu e "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro. Nesse período participou de vários programas com a pianista. Em 1944, gravou com Carolina Cardoso de Menezes os choros "Rato rato", de Casimiro Rocha" e "Fala, bandolim", de José Augusto Gil e, com vocal de Ruy Rey, o fox "Dor de um coração", de José Augusto Gil e "Os patinadores", de Waldteufel.

Em 1946, gravou na Continental como solista do Bossa Clube os choros "Sonhador" e "Celestial", de sua autoria. No mesmo ano, gravou os choros "Ameno Resedá", de Ernesto Nazareth e "Meu cavaquinho", de sua autoria. Prosseguiuna carreira fazendo muitas viagens, atuações em cassinos e rádio. Apareceu no programa "Nada além" e "Bossa clube" do qual também participavam Carolina Cardoso de Meneses, Luis Bonfá, entre outros. Nessa época, já havia gravado pela Columbia, pela Victor, Continental, sendo, contudo, a maior parte de sua discografia gravada na Odeon.

Em 1949, gravou ao bandolim o choro "1x0", de Pixinguinha e Benedito Lacerda e ao violão tenor o choro "Língua de preto", de Honório Lopes. No mesmo ano, gravou ao violão os choros "Puxa-puxa" e "Caramelo", de sua autoria. No ano seguinte, gravou ao bandolim os choros "Arranca toco", de Jaime Florence e "Dinorá", de Benedito Lacerda e José Ramos e "Desvairada", de sua autoria e a valsa choro "Beira mar", de Atílio Bernardini. Em 1951, gravou ao violão elétrico a valsa "Abismo de rosas", de Canhoto e o choro "Tristeza de um violão", de sua autoria. No mesmo ano, ao cavaquinho gravou o baião "Meu coração", de sua autoria, ao bandolim os choros "Triste alegria", de Bonfíglio de Oliveira e "Famoso", de Ernesto Nazareth e na guitarra havaiana o bolero "Errei sim", de Ataulfo Alves. Ainda no mesmo ano, acompanhou com Radamés Gnattali o cantor Dick Farney na gravação do samba toada "Canção do vaqueiro", de Luiz Bonfá e o samba "Nick bar", de sua autoria e José Vasconcelos, este último, um dos destaques do ano seguinte. Em 1952, gravou os choros "Artigo do dia", de Valdemar de Abreu, o Dunga ao violão tenor e "Guanabara", de Roberto Martins ao violão tenor. Ao bandolim gravou o "Baião caçula", de Mário Gennari Filho. Ao cavaquinho gravou o baião "Kalú", de Humberto Teixeira com grande sucesso e com a qual alcançou o terceiro lugar nas paradas de sucesso, segundo a Revista Carioca de outubro de 1952. Ao bandolim, o choro "Perigoso", de Ernesto Nazareth. Ainda no mesmo ano, gravou ao violão tenor os choros "Um baile em Catumbi", de Eduardo Souto e "Sempre", de K. Ximbinho. Também no mesmo ano, formou dupla com José Meneses participando dos programas "Nada além de dois minutos", "Ao som do viola" e "Um milhão de melodias", em que eram solistas da orquestra da Rádio Nacional. Ainda em 1952, integrou o Trio Surdina, produzido por Paulo Tapajós, então diretor artístico da Rádio Nacional, formado por Fafá Lemos (violino e assobios) e Chiquinho (acordeom). O trio gravou dois LPs de 10 polegadas a convite de Nilo Sérgio pela Musidisc. Nessas gravações participaram ainda Vidal no contrabaixo e Bicalho como ritmista.

Em 1953, gravou ao cavaquinho, de sua autoria, ";Xaxadinho" e "Cavaquinho boogie" e o baião "Chegou a hora", de Rubens Campos e Henricão. No mesmo ano, gravou com Mário Gennari Filho e Tobias Troisi a valsa "Luzes da ribalta", de Charles Chaplin e "Le Lac de come", de C. Galos. Ainda no mesmo ano, gravou com sua bandinha o dobrado "São Paulo quatrocentão" e o "Baião rouxinol", de sua parceria com Chiquinho. O sucesso bateu definitivamente à sua porta com a gravação de "São Paulo quatrocentão", disco que alcançou a vendagem de 700 mil cópias, recorde que se manteria por muito tempo na história do disco brasileiro. No mesmo ano, a cantora e posteriormente também apresentadora de TV Hebe Camargo gravou "São Paulo quatrocentão" com letra de Avaré. Ainda em 1953, participou da Temporada Nacional de Arte, realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, executando sob a regência de Eleazar de Carvalho o "Concertino nº 2" (para violão e orquestra de câmara) de Radamés Gnattali, dedicado a ele, levando pela primeira vez o violão brasileiro ao Teatro Municipal. Em1954, gravou o "Baião paulista" e o choro "Romântico", ambas de Paulo César e Di Veras. No mesmo ano, gravou com Joel de Almeida a música " Arucaia", de J. Sandoval. Ainda no mesmo ano, gravou com sua bandinha o "Baile da Camacha", J. Santos e o corrido "Corridinho 1951", de J. Gomes Figueiredo. Em agosto de 1954, a Rádio Gazeta de São Paulo o recebeu para um programa muito especial: a Suíte de Gala Antártica. Neste programa, o violonista executou a "Suíte para piano e violão" onde, em seis movimentos, estão reunidos diferentes gêneros da música brasileira (Invocação a Xangô, toada, choro, samba-canção, baião e marcha) e o "Concertino nº 2, para violão e orquestra de câmara", ambas composições de Radamés Gnattali. Do programa, participaram ainda o pianista Fritz Jank e a orquestra sinfônica da PRA-6, regida por Armando Belardi. Em 1955, gravou com Fafá Lemos e Chiquinho do Acordeon, no Trio Surdina, o samba canção "Duas contas", com melodia e letra de sua autoria, única música com letra no LP instrumental lançado pela Musidisc sendo cantada por Fafá Lemos, tornando-se um clássico da música popular brasileira. No mesmo ano, gravou na guitarra a "Valsa do adeus" e "Mazurka", de Chopin. Registradas respectivamente em março e abril daquele ano, foram suas últimas gravações.

Como compositor, além de "São Paulo quatrocentão", obteve grande sucesso com "Amoroso", parceria com Luis Bittencourt, "Estranho amor", com David Nasser, "Duas Contas" e "Gente humilde", cuja letra foi escrita posteriormente por Vinícius de Moraes e Chico Buarque. Faleceu em 1955 de ataque cardíaco, quando planejava uma excursão à Europa. Sem dúvida, um dos grandes instrumentistas brasileiros, deixou para o violão composições da maior relevância do ponto de vista musical e técnico, aliando à harmonização sofisticada e de extremo bom gosto, uma linha melódica de contornos modernos e tipicamente brasileiros, sempre com grande musicalidade e beleza. Sua harmonização, baseada em acordes alterados, com progressões incomuns para a época (diziam que fazia música para músicos), fez com que sua obra fosse considerada precurssora das características que seriam desenvolvidas posteriormente na Bossa Nova. Em 1980, o violonista Geraldo Ribeiro, lançou pela Editora Musical Pierrot transcrições da sua obra. Posteriormente, o violonista Paulo Bellinati lançou pela Guitar Solo Publications of San Francisco transcrições e arranjos feitos a partir de gravações e manuscritos do compositor.

Carimbou...

• Bichinho-de-queijo/Driblando (1930) Parlaphon 78
• Moreninha/Dolente (1936) Columbia 78
• Sobre o mar/Quinze de julho (1937) Columbia 78
• Dá-me tuas mãos/Música maestro por favor (1939) Victor 78
• Compromisso para as dez/Ingratidão (1941) Victor 78
• Abismo de rosas/Quanto dói uma saudade (1942) Odeon 78
• Maria Helena/Amoroso (1942) Victor 78
• Amor-Cielito lindo/Jalousie (1943) Victor 78
• Tico-tico no fubá/Carinhoso (1943) Victor 78
• Un peu d'amour/Amoreuse (1943) Victor 78
• Rato rato/Fala, bandolim! (1944) Victor 78
• Dor de um coração/Os patinadores (1944) Victor 78
• Sonhador/Celestial (1946) Continental 78
• Ameno Resedá/Meu cavaquinho (1946) Continental 78
• 1 x 0/Língua de preto (1949) Odeon 78
• Puxa-puxa/Caramelo (1949) Continental 78
• Arranca toco/Desvairada (1950) Odeon 78
• Dinorá/Beira-mar (1950) Odeon 78
• Abismo de rosas/Tristeza de um violão (1951) Odeon 78
• Meu coração/Triste alegria (1951) Odeon 78
• Errei, sim/Famoso (1951) Odeon 78
• Artigo do dia/Guanabara (1952) Odeon 78
• Baião caçula/Perigoso (1952) Odeon 78
• Um baile em Catumbi/Sempre (1952) Odeon 78
• Vamos acabar com o baile/Paulistinha dengosa (1952) Odeon 78
• Kalú/Melancolie (1952) Odeon 78
• Xaxadinho/Cavaquinho boogie (1953) Odeon 78
• Cuco/Chegou a hora (1953) Odeon 78
• Luzes da ribalta/Le Lac de come (1953) odeon 78
• São Paulo quatrocentão/Baião rouxinol (1953) Odeon 78
• Baião paulista/Romântico (1954) Odeon 78
• Sob o céu de Paris/Oh! (1954) Odeon 78
• Arucaia(com Joel de almeida)/Príncipe (1954) Odeon 78
• Baile da Camacha/Corridinho 1951 (1954) Odeon 78
• A abelha e a borboleta/João Viola (1955) Odeon 78
• O sino da capelinha/Polquinha sapeca (1954) Odeon 78
• Valsa do adeus/Mazurka (1955) Odeon 78
• Garoto revive em alta fidelidade (1955) Odeon LP

Meditação e Lamentos do Morro (Garoto)com Paulo Bellinati.