quarta-feira, 1 de julho de 2009

Cearense "São Jorge Helder".


Cearense radicado no Rio, Jorge Helder começou a estudar violão aos nove anos por influência do seu pai, músico não profissional que tocava bandolim e violão. A opção pelo baixo aconteceu na adolescência, em Fortaleza, por imposição de colegas do conjunto do colégio em que estudava na época. “Eu tocava violão e guitarra e não tinha baixista. Como eu era o mais franzino, me mandaram tocar baixo e acabei gostando”, conta.

Foi na Escola de Música de Brasília que Helder conheceu o baixo acústico e ficou encantado com o instrumento. “Eu cheguei em Brasília, fui direto na Escola de Música e, por ser muito baixinho, o pessoal brincava: tem que colocar ele num banquinho para ele poder tocar baixo acústico”, relembra. Nesse mesmo período, ouviu discos da coleção Gigantes do Jazz e Bill Evans Trio, com Eddie Gomes e, apesar de estudar baixo acústico erudito, com arco, foi influenciado pelo estilo e passou a se apresentar na noite brasiliense com um pianista fazendo duo de jazz.

Também em Brasília, Helder foi convidado pelo produtor da cantora Sandra de Sá para integrar a banda que a acompanharia em um novo show. Logo que chegou ao Rio, um amigo, o baixista Adriano Giffoni, o apresentou ao cantor e compositor Marcos Valle, com quem fez vários trabalhos. Durante um bom tempo, dedicou-se à dobradinha das bandas de Sandra de Sá e Marcos Valle. A partir daí, morando definitivamente no Rio, foi conhecendo outros músicos e, por indicações e convites, passou a trabalhar com os maiores nomes da MPB.

Bolero Blues

Apesar das freqüentes participações no cenário internacional de música – gravou um CD do cantor francês Henry Salvador e tocou com a Orquestra Sinfônica de Hannover, na Alemanha - Jorge Helder consolidou a sua carreira trabalhando em shows e gravações de CDs e DVDs de cantores brasileiros como Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Edu Lobo, Francis Hime, Rosa Passos, Joyce, Maria Bethânia, Gal Costa, João Bosco, João Donato, Ivan Lins, Emílio Santiago, Cássia Eller, Leila Pinheiro, Milton Nascimento, Adriana Calcanhotto, Zélia Duncan, Ed Motta, Miúcha, Joyce, Zizi Possi, Fátima Guedes, Guinga, principalmente Chico Buarque entre outros. São mais de 1500 gravações só no Brasil.

No CD/DVD Carioca, foi presenteado pelo amigo Chico Buarque, com quem também colabora em shows e CDs, com a letra Bolero Blues para uma música sua. Após Bolero Blues, em que Jorge Helder é focado, o compositor conta uma longa e divertida história. Ele (Chico)teria demorado a assimilar a complexa melodia e também teve dificuldade para se acostumar com a letra trava-Iíngua que fez.

"Mas, hoje, essa é a que mais gosto no disco", diz o compositor, para em seguida, contar que sonhara com um show no qual Bolero Blues era a única música, repetida infinitas vezes: “Chegou a um ponto em que o público aplaudia lá nos primeiros acordes de meu violão!”. Chico costuma chamá-lo de "São Jorge Helder", compadre.

Veja no vídeo, a surpresa e emoção de Helder ao saber que Chico Buarque havia escrito a letra para sua música.

Chico Buarque - Bolero Blues (Carioca Ao Vivo)

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