quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Peripécias futebolísticas de H. C. Pinheiro.

O Marcos, atual goleiro do Palmeiras, contou que certa vez estava na janela de seu apartamento, quando ainda não jogava futebol, e ia passando dois caras num Monza. Um dirigindo e outro empurrando. Nada do carro pegar. Ele com pena dos dois sujeitos, chamou um amigo e foi dar uma força. Empurraram o Monza. Quando o carro pegou, os sujeitos agradeceram e foram embora. Daí a pouco surge um senhor e pergunta se eles não viram passar um Monza ali na rua. Marcos, sem jeito e com vergonha de dizer que tinha ajudado aos ladrões, respondeu que não.

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Garrincha certa vez veio jogar aqui em Fortaleza, pelo Botafogo. Inclusive, para quem não sabe, chegou a jogar meio tempo pelo Leão. À noite ele estava na porta do hotel e observou que havia dois bares, um próximo do outro. Um repleto de fregueses, o outro totalmente vazio. Aí ele olhou para o Nílton Santos, seu comprade e disse: "vou dar uma mãozinha ao dono daquele outro bar." Se mandou para o bar e quando chegou, os fregueses do bar que estava lotado viram o Garrincha e logo se mudaram para o outro.

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O Paulo Barros, um amigo de infância, foi um dos maiores centro-avantes que já marquei e vi jogar. Não foi profissional porque a "mardita" cachaça acabou com o futebol dele muito cedo. No começo da década de setenta era chamado de Tostãozinho, dada a categoria do cara. Para se ter uma ideia do futebol dele, o Luciano Pacoti era seu reserva num time ali da rua da Cachorra Magra, hoje Marechal Floriano.

Certa vez fomos jogar em Messejana, num campo perto da casa de um tio meu. O Paulo foi para um time e eu para o outro. Ele de centro-avante e eu de beque central, minha velha posição. Num lance o Paulo partiu para cima de mim, eu entrei de uma vez e levei aquele drible, passei direto. Puto de raiva, voltei e fui de novo de uma vez, levei outro. Nisso, parece conta de mentiroso, tomei sete dribles o último cai sentado. O Paulo escolheu o canto e fez o gol como quis.

Lá na Messejana ficou conhecido como o jogador Cão.

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Eu também tive meus dias de glória. Fui jogar pelo Cearezinho contra o Cruzeiro, ambos da Cidade dos Funcionários. O Cearazinho tinha seu campo onde hoje é o prédio do IPEC, que o Tasso deu. O Cruzeiro ficava lá perto do Iprede.

Jogo vai, jogo vem. O Paulo, não sei porque foi apitar. Num lance, o jogador do Cruzeiro partiu para cima de mim com a bola dominada e eu o desarmei facilmente. Aí outro jogador do time deles comentou: "Pra passar por este zangueiro é preciso ter muita elegância." E fiquei sendo chamado de Elegante no nosso time.



Henrique César Pinheiro

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