CALADO
Silente nas amarguras da vida,
inerte, calado e enclausurado,
no íntimo uma grande ferida,
do amor eloquente abandonado.
Lágrimas que insistem em não cessar,
lamentos de um coração latente,
vida sombria em teimar
calar no sentimento inconsequente.
E no abandono do eco do delírio,
sobras de momentos de angústia, quase
marcados pelo eterno martírio.
E novamente de volta ao mundo de esperança,
as torturas vividas arduamente,
esvanecem-se nas veias das lembranças.
VICENTE SABOIA
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