quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Nossa Fortaleza dos anos 30 - 50













CURIOSIDADES:

De julho de 1956 a julho de 1957, pousaram
no Aeroporto Pinto Martins, que teve esse
nome em 1952, (antes se chamava 'Cocorote'),
cerca de 4.570 aviões...

"A cidade contava com ruas simetricamente
delineadas, na sua maioria cortadas em ângulo
reto, lembrando mais um
tabuleiro de xadrez".

Fortaleza contava com apenas 10 hotéis, pasmem,
hoje são centenas. E possuía um requinte em seus
clubes instalados na orla marítima, já
contando como o Ideal Clube e
o Náutico Atlético Cearense. A prefeitura
registrava na década de 50, 2.550 automóveis e
696 caminhões! O Cine São Luis, majestoso prédio
na Praça do Ferreira, era visto como um dos locais de entretenimento
mais elegantes do Brasil.

Aldeota e Meireles eram bairros repletos de belas residências.

COLABORAÇÃO: A. Heráclio do Carmo Filho.

Máximas dos craques da bola...

'Chegarei de surpresa dia 15, às duas da tarde, vôo 619 da VARIG.'
> (Mengálvio, ex-meia do Santos, em telegrama à família quando em excursão à Europa)
>
> 'Tanto na minha vida futebolística quanto com a minha vida ser humana.'
> (Nunes, ex-atacante do Flamengo, em uma entrevista antes do jogo de despedida do Zico)
>
> 'Que interessante, aqui no Japão só tem carro importado.'
> (Jardel, ex-atacante do Grêmio)
>
> 'As pessoas querem que o Brasil vença e ganhe.'
> (Dunga, em entrevista ao programa Terceiro Tempo)
>
> 'Eu, o Paulo Nunes e o Dinho vamos fazer uma dupla sertaneja.'
> (Jardel, ex-atacante do Grêmio)
>
> 'O novo apelido do Aloísio é CB, Sangue Bom.'
> (Souza, meio-campo do São Paulo, em uma entrevista ao Jogo Duro)
>
> 'A partir de agora o meu coração só tem uma cor: vermelho e preto.'
> (Fabão, assim que chegou no Flamengo)
>
> 'Eu peguei a bola no meio de campo e fui fondo, fui fondo, fui fondo e
> chutei pro gol.'
> (Jardel, ex- jogador do Vasco e Grêmio, ao relatar ao repórter o gol que tinha feito)
>
> 'A bola ia indo, indo, indo.... e iu!'
> (Nunes, jogador do Flamengo da década de 80)
>
> 'Tenho o maior orgulho de jogar na terra onde Cristo nasceu.'
> (Claudiomiro, ex-meia do Inter de Porto Alegre, ao chegar em Belém do Pará para disputar uma partida contra o Paysandu, pelo Brasileirão de 72)
>
> 'Nem que eu tivesse dois pulmões eu alcançava essa bola.'
> (Bradock, amigo de Romário, reclamando de um passe longo)
>
> 'No México que é bom. Lá a gente recebe semanalmente de 15 em 15 dias.'
> (Ferreira, ex-ponta esquerda do Santos)
>
> 'Quando o jogo está a mil, minha naftalina sobe.'
> (Jardel, ex-atacante do Vasco, Grêmio e da Seleção)
>
> 'O meu clube estava a beira do precipício, mas tomou a decisão
> correta, deu um passo a frente.'
> (João Pinto, jogador do Benfica de Portugal)
>
> 'Na Bahia é todo mundo muito simpático. É um povo muito hospitalar.'
> (Zanata, baiano, ex-lateral do Fluminense, ao comentar sobre a hospitalidade do povo baiano)

Colaboração: Fred Benevides.

Música Brasileira dos Anos 30

Trio de Ouro

Batizado de Trio de Ouro pelo radialista César Ladeira em 1937, o conjunto vocal surgiu em 1936 quando Dalva de Oliveira se juntou à Dupla Preto e Branco, formada por Herivelto Martins e Francisco Sena no início dos anos 30. A primeira formação chegou ao fim após a separação de Dalva e Herivelto, em 1950.

Em outra formação, Raul Sampaio e Lourdinha Bittencourt integraram o conjunto, que excursionou pela América do Sul.

Zimbo Trio


Conjunto formado em 1964 por Amilton Godoy (piano), Rubinho Barsotti (bateria) e Itamar Collaço (baixo) - que há sete anos substitui Luiz Chaves. Reconhecido por trazer traços do jazz à música popular brasileira, o Zimbo Trio ficou famoso ao acompanhar nomes como Elizeth Cardoso e Elis Regina e alcançou um raro reconhecimento popular para um grupo instrumental. O grupo fez sucesso em diversas rádios e teve diversas formações ao longo do tempo.


Vocal Bando da Lua

Seguindo a moda norte-americana da época, harmonizava diversas vozes, o que lhe conferiu grande sucesso.

No início dos anos 30 o grupo acompanhou Carmen Miranda em apresentações pelos Estados Unidos, além de participar de diversos filmes e espetáculos

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A melhor TV do mundo!

Tem de tudo, a TV Senado.

Deixaria a Globo no chinelo em termos de audiência e tramóia caso fosse aberta para todo o Brasil. Especialmente nas apresentações do plenário, arrebenta: Tem principalmente novela, mas tem também humor, drama, aventura, ação, esportes com direito a cartão vermelho e tudo e até musicais. Tudo protagonizado pelos melhores atores do mundo.

Veja uma interpretação primorosa no video abaixo.



Música: Father and Son.
Autor: Cat Stevens.
Intéprete: Senador Eduardo Suplicy.

Agora a mesma cantiga com o próprio autor:

Eu estive lá...

E vi pessoas de todas as idades como que hipnotizadas pela magia da boa música.

A orquestra abriu o concerto com "O Guarani" de Carlos Gomes.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo OSESP em Concerto no Parque do Cócó -Fortaleza-CE - novembro de 2008.

Abaixo, o video (bem amador) mostra "O Bolero" - Ravel.


Boa Palavra II



"Quando o criador é original por natureza, pouco importam os meios de que se vale para fixar seu pensamento".

[Heitor Villa-Lobos]

Caixa de Ressonância



- O boteco é ressoante como uma concha marinha. Todas as vozes brasileiras passam por ele.

Nelson Rodrigues

Lina e Marina - Por H. Cesar Pinheiro - Cordel

O Palácio do Planalto

Tem medo de duas meninas.

Uma delas veio do Acre,

Conhecida por Marina,

A outra de Pernambuco.

Porém é mesmo de Minas.



II



Da Receita saiu a Lina,

Que desmentiu a ministra.

Que pensa ser presidente

Duma maneira sinistra,

Com o tal bolsa-família

E o PAC que administra.





III



Coragem, que não se registra,

É a dessas duas mulheres,

Sem medo de represálias,

Daquele bando de alferes.

Vingativo, poderoso,

Que explode nos seus amperes,



IV



Para vingança ser célere.

Porém com muita valentia,

Sem qualquer preocupação

de perder toda a regalia,

que tem de suas posições,

entraram em desarmonia



V



Com poder e sua covardia.

Diverso do senador

Que anunciou sua renúncia,

Mas voltou atrás sem pudor

Ao ser por Lula enquadrado

Com muita raiva e furor.





VI



No plenário, tal senhor

Explicou sua não renúncia

De forma triste e bisonha

Pensando só em brogúncias

Que a sua carreira lhe traz.

Ali houve impronúncia.



VII



Mas virá logo a denúncia

Pra que saibam os eleitores

Quem é aquele farsante,

Que ataca os opositores,

Se estes os contrariar,

Atuando nos bastidores.



VIII



Só vivendo de favores

Político, no Brasil,

É sempre comprometido,

E do poder é servil.

Participando do banquete

Que se serve no covil.



IX



E já há gente imbecil,

Contra Lina faz bravata

E também contra Marina.

Insinuam que é cascata

E a posição que tomaram

Foi por perderem mamata.



X



Mas querem é uma oblata,

Como fez o Mercandante

Que se rendeu ao poder

De forma bem vacilante

E mais uma vez nos mostrou

Que não é o que fora antes.







XI



E de maneira arrogante

Aos seus contrários ataca.

Ou justifica sua posição

De forma dúbia e fraca.

Porque poucos tem coragem

De meter o pé na jaca.



XII



Para esses vira-casacas

Vai ainda chegar punição.

As mulheres deram senha

Pra começar a lição.

Talvez não seja agora,

Porém noutra geração.



XIII



Por terem desilusão,

Senadores saem do PT.

Preferem perder mandato

Ou ao governo se vender.

Veja que o Flávio Arns

não deixou se corromper.



XIV



Dispensou o jabaculê.

Porém José Genuíno,

Aquele do mensalão,

Dando uma de vivaldino,

Saiu em defesa do PT

Com todo seu desatino.



XV



O irmão, aquele menino,

Que levou dólar na cueca.

Elegeu-se deputado.

E acertou na loteca.

Para o resto da vida

Vai tirar uma soneca.







XVI



Metido numa sueca

Agora o país se encontra

Se Dilma for presidente

Isso muito nos espanta,

Pois em nós vai cavalgar,

Sem ao menos usar manta.



XVII



Também não há quem garanta

Se continua a democracia.

E na Receita Federal

Muita gente já renuncia,

Com medo de ingerência

Que no local se prenuncia.



HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO

FORTALEZA, AGOSTO/2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Boa palavra




Karl Heinrich Marx: "uma mentira repetida várias vezes, um dia, vira verdade".

Marina


Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima (Rio Branco, 8 de fevereiro de 1958)

Nasceu em uma "colocação" (casas de seringueiros, geralmente construídas sobre palafitas) chamada Breu Velho, no seringal Bagaço, a 70 km do centro de Rio Branco, capital do estado do Acre. Seus pais, Pedro Augusto e Maria Augusta da Silva, tiveram onze filhos, dos quais oito sobreviveram.

Aos 15 anos foi levada para a capital, com uma hepatite confundida com malária. Teve a proteção do então bispo do Acre, Dom Moacyr Grechi, que a acolheu na casa das irmãs Servas de Maria. Queria ser freira. Analfabeta, foi matriculada no Mobral - o duvidoso projeto de alfabetização do regime militar.

Levada à atividade política e social pela Igreja Católica, Marina acabou por ter contato com obras marxistas quando entrou na universidade. Ali, entrou para o Partido Revolucionário Comunista (PRC), que se abrigava no Partido dos Trabalhadores, sob o comando do deputado José Genoíno.

Formou-se em História pela Universidade Federal do Acre.
Foi professora na rede de ensino de segundo grau e engajou-se no movimento sindical. Companheira de luta de Chico Mendes, com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986. Nesse ano, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), candidatou-se a deputada federal porém não foi eleita.

Em 1988, foi a vereadora mais votada do município de Rio Branco, conquistando a única vaga da esquerda na câmara municipal. Como vereadora, causou polêmica por combater os privilégios dos vereadores e devolver benefícios financeiros que os demais vereadores também recebiam. Com isso passou a ter muitos adversários políticos, mas a admiração popular também cresceu.

Exerceu seu mandato de vereadora até 1990. Nesse ano candidatou-se a deputada estadual e obteve novamente a maior votação. Logo no primeiro ano do novo mandato descobriu-se doente: havia sido contaminada por metais pesados quando ainda vivia no seringal.

Em 1994 foi eleita senadora da República, pelo estado do Acre, com a maior votação, enfrentando uma tradição de vitória exclusiva de ex-governadores e grandes empresários do estado.

Foi Secretária Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, de 1995 a 1997.

Pode-se dizer que se tornou uma das principais vozes da Amazônia, tendo sido responsável por vários projetos, entre eles o de regulamentação do acesso aos recursos da biodiversidade.

Em 2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. Desde então, enfrentou conflitos constantes com outros ministros do governo, quando os interesses econômicos se contrapunham aos objetivos de preservação ambiental.

Saída do Ministério

Marina afirmou que desde a reeleição do presidente Lula, no fim de 2006, alguns projetos importantes de sua gestão, como a criação de áreas protegidas na floresta amazônica, haviam sido praticamente paralisados. Durante o primeiro governo Lula (2003-2006), foram delimitados 24 milhões de hectares verdes , contra apenas 300 mil hectares em 2007.

Em dezembro de 2006, enfraquecida por uma disputa com a Casa Civil, que a acusava de atrasar licenças ambientais para a realização de obras de infra-estrutura, a ministra avisara que não estaria disposta a flexibilizar a gestão da pasta para permanecer no governo.

Agravaram-se as divergências com a ministra Dilma Rousseff da Casa Civil pela demora da liberação das licenças ambientais pelo Ibama para as obras no rio Madeira, em Rondônia. Essa demora e o rigor na liberação das licenças foram considerados como um bloqueio ao crescimento econômico.

Marina Silva também denunciou pressões dos governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, para rever as medidas de combate ao desmatamento na Amazônia.

Em 13 de maio de 2008, cinco dias após o lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS), cuja administração foi entregue a Roberto Mangabeira Unger, Marina Silva entregou sua carta de demissão ao Presidente da República, em razão da falta de sustentação à política ambiental, e voltou ao exercício do seu mandato no Senado.

Desfilia-se oficialmente do PT em 19/08/2009 quando surgem entendimentos para sua filiação ao Partido Verde (PV) e provável candidatura à Presidência da República.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Banda Renegados - O Bom Rock´n Roll da Terrinha



Rock'n'roll não é apenas um gênero musical, mas principalmente um estilo de vida em favor da libertação das mentes aprisionadas em antigos valores... (Marcelo Pinheiro)

Em Fortaleza temos excelentes músicos e bandas de blues, jazz, rock´n roll, música alternativa e de estilos variados.

A praia do nosso rock é cada vez mais "invadida" pelo talento dos meninos da Renegados (Marcelo Pinheiro na guitarra, voz e teclados, Ricardo Pinheiro na bateria, percussão e voz, Alex Billy na percussão e staff e Romualdo Filho no contrabaixo).

Já há algum tempo na estrada, com um bom repertório autoral e dois CD´s gravados,(Sem Fronteira e A Essência) consolida cada vez mais seu espaço no circuito roqueiro da cidade sintonizando empatia com seu público, competência e qualidade indiscutíveis.

Conhecedores profundos do rock´n roll e sua filosofia, têm no "menu", fora as músicas próprias, um repertório invejável que navega de "A" a "Z" pelo bom, velho e sempre jovem estilo.

Navegar é preciso... Então vejamos o vídeo.
Banda Renegados - Navegante do Amanhã Instrumental (Dudu Carvalho no contrabaixo)

Antonio Conselheiro

13 de Março - 1830

Nasce na Vila do Campo Maior de Quixeramobim, Província do Ceará, Antônio Vicente Mendes Maciel, nome de batismo daquele que mais tarde ficaria célebre como Antônio Conselheiro. Era filho de Maria Joaquina de Jesus e Vicente Mendes Maciel. Segundo o escritor João Brígido, que foi amigo de infância de Antônio, os Maciéis era uma "família numerosa de homens válidos, ágeis, inteligentes e bravos, vivendo de vaqueirice e a pequena criação" (BRÍGIDO, 1919) e se envolveram em conflito com os poderosos Araújos, "família rica, filiada a outras das mais antigas do norte da Província" (Ibid), naquela que foi uma das mais longas e trágicas lutas entre famílias de toda a história do Ceará.

O escritor Gustavo Barroso, em artigo publicado na revista O Cruzeiro em 1956, escreve: "José Victor Ferreira Nobre informava que Antônio Conselheiro cursara as aulas de latim de seu avô, o Professor Manoel Antônio Ferreira Nobre, na cidade de Quixeramobim". Mesmo com dificuldades na família, Antônio consegue se dedicar a uma boa formação escolar e estuda também Português, Aritmética, Geografia e Francês. Possui uma boa caligrafia e torna-se um jovem conceituado na cidade.

07 de Janeiro - 1857

Antônio Vicente Maciel casa-se em Quixeramobim com Brasilina Laurentina de Lima.

A partir desta época, Antônio muda constantemente de cidade e de profissão, sendo negociante, professor, balconista e advogado provisionado, ou advogado dos pobres como o chamavam. Em 1861, encontra-se em Ipu (CE), já com dois filhos, sua esposa inicia uma relação amorosa com um furriel (antigo posto entre cabo e sargento) da polícia local. Profundamente abatido, Antônio abandona tudo e se retira para a Fazenda Tamboril, dedicando-se ao magistério. Tempos depois, vai para Santa Quitéria (CE) e conhece Joana Imaginária, mulher meiga e mística que esculpia imagens de santo em barro e madeira e com ela teve um filho chamado Joaquim Aprígio.

Mas Antônio tinha alma de andarilho e em 1865 parte novamente. Trabalhando como negociante de varejos, percorre os povoados da região e de 1869 a 1871 fixa-se em Várzea da Pedra, insistindo com os negócios, mas os fracassos comerciais e a provável influência do Padre Ibiapina levam-no a iniciar uma nova fase de sua vida, peregrinando por todo o Nordeste. Passados alguns anos, em uma visita ao Ceará, encontra o escritor João Brígido, seu antigo colega de infância e declara: "vou para onde me chamam os mal aventurados", retomando assim uma longa caminhada pelos sertões.

Alto, magro, cabelos e barba crescidos, sandálias de couro, chapéu de palha, vestido sempre com uma túnica azul clara amarrada na cintura por um cordão com um crucifixo na ponta e um bastão na mão; esse era o Peregrino.

Antônio caminha incansavelmente, conhece cada palmo do sertão, seus segredos e mistérios. Por onde anda, faz sermões, prega o evangelho e dá conselhos. Gradativamente se transforma, de Peregrino a Beato, de Beato a Conselheiro, Antônio Conselheiro ou Santo Antônio dos Mares ou Santo Antônio Aparecido ou Bom Jesus Conselheiro. Deixa crescer o cabelo e a barba, aprofunda o seu já grande conhecimento da Bíblia e sua fama começa a correr todo o interior do Nordeste e rapidamente vai formando em torno de si um número crescente de fiéis seguidores.

28 de Junho - 1876

Antônio Conselheiro é preso em Itapicuru (BA), pelo delegado de polícia Francisco Pereira Assunção, que em ofício ao Chefe de Polícia da Bahia, João Bernardo de Magalhães, escreve:

"Peço a V.S. para dar providências, a fim de que não volte o dito fanatizador do povo ignorante; e creio que V.S. assim o fará, porque não deixará de saber da notícia, que há meses apareceu, de ser ele criminoso de morte na Província do Ceará."

Esta prisão foi notícia em destaque nos principais jornais de Salvador. Além do Diário de Notícias, o Diário da Bahia e o Jornal da Bahia, também a famosa Folhinha Laemmert, editada no Rio de Janeiro, divulgou pela primeira vez na capital do Império uma notícia sobre Antônio Conselheiro.

5 de Julho - 1876

O Chefe de Polícia da Bahia encaminha Antônio Conselheiro ao seu colega do Ceará, Vicente de Paula Cascais Teles, com a seguinte recomendação:

"... suspeito ser algum dos criminosos dessa Província, que andam foragidos. (...) entretanto, se por ventura não fôr ele ai criminoso, peço em todo caso, a V.S. que não perca de sobre ele as suas vistas, para que não volte a esta Província, ao lugar referido, para onde a sua volta trará certamente resultados desagradáveis pela exaltação em que ficaram os espíritos dos fanáticos com a prisão do seu ídolo."

15 de Julho - 1876

Conduzido num porão de navio para Fortaleza (CE), Antônio Conselheiro foi espancado severamente na viagem e teve cabelo e barba raspados, chegando em estado lastimável ao Ceará, cujo Chefe de Polícia o encaminha ao Juiz Municipal de Quixeramobim, conforme ofício:

... segue, para aí ser posto à sua disposição, Antônio Vicente Mendes Maciel, que se suppõe ser criminoso neste termo, conforme comunica-me o Dr. Chefe de Polícia da Província da Bahia, que me remeteu, afim de que em Juízo, verificando da criminalidade do referido Maciel, proceda como cumpre na fórma da lei.

1° de Agosto - 1876

O Juiz Municipal de Quixeramobim, Alfredo Alves Matheus, encerra o processo da prisão de Antonio Conselheiro, numa carta ao Chefe de Polícia do Ceará onde declara que "tendo verificado não ser o referido Maciel criminoso, o mandei pôr em liberdade alguns dias depois de sua chegada a esta cidade."

O ano de 1877 foi célebre em todo o Nordeste: era o início da grande seca que durou 2 anos deixando um rastro de 300 mil mortos e um número incalculável de retirantes famintos, muitos dos quais comiam cadáveres nas beiras de estrada. Antônio Conselheiro vivencia a dor e o sofrimento do povo nordestino e continua suas peregrinações pelo sertão adentro, falando para os pobres e explorados, e seu comportamento desagradava cada vez mais setores influentes do latifúndio e da Igreja.

16 de Fevereiro - 1882

O Arcebispo de Salvador (BA), D. Luís José envia aos vigários de todo o Estado da Bahia, uma circular proibindo as pregações de Antônio Conselheiro em suas paróquias.

19 de Fevereiro - 1883

Morre aos 76 anos em Santa Fé (PB), o Padre Antônio Ibiapina, lendário missionário que construiu casas de caridade em vários Estados nordestinos. Antônio Conselheiro possivelmente foi muito influenciado pelo Pe. Ibiapina, que antes de se ordenar padre, foi juiz de direito em Quixeramobim (CE) em 1833.

13 de Maio - 1888

Assinada a Lei da Abolição da Escravatura. Teve fim um longo e tenebroso período em que mais de 9 milhões de africanos foram trazidos à força para o Brasil, o penúltimo país do mundo ocidental a abolir a escravidão negra. Esta medida é recebida com entusiasmo por Conselheiro, que há muito tempo já fazia pregações abolicionistas. Muitos ex-escravos, os chamados 13 de maio, não encontrando trabalho e continuando a sofrer violentas discriminações, acompanham o Peregrino em suas andanças, vindo depois a se estabelecer em Canudos. A escravidão era um tema que o preocupava muito e em uma de suas prédicas, ele escreve:

"(...) sua alteza a senhora Dona Isabel libertou a escravidão, que não fez mais do que cumprir a ordem do céu; porque era chegado o tempo marcado por Deus para libertar esse povo de semelhante estado, o mais degradante a que podia ver reduzido o ente humano; a força moral (que tanto a orna) com que ela procedeu à satisfação da vontade divina constitui a confiança que tem em Deus para libertar esse povo, não era motivo suficiente para soar o brado da indignação que arrancou o ódio da maior parte daqueles a quem esse povo estava sujeito."

15 de Novembro - 1889

É proclamada a República. A terra e a renda continuariam concentradas na mão das elites e o poder político não foi democratizado. Novas medidas começam a entrar em vigor, como a separação entre o Estado e a Igreja, o casamento civil e a cobrança de impostos. Conselheiro não aceita o novo regime e passa a combate-lo com firmeza.

26 de Maio - 1893

Ocorre em Masseté (BA) o primeiro confronto armado entre o governo e os conselheiristas. A força militar, composta de 30 soldados e 1 tenente, foi enviada de Salvador (BA), após Antônio Conselheiro liderar um movimento que destruiu na praça pública de Natuba (atual Nova Soure - BA), os editais republicanos de cobrança de impostos, atitude que provocou a ira das autoridades locais.

Em Masseté, os conselheiristas, sob a direção de João Abade e armados de garruchas, cacetes e espingardas de caça, reagiram prontamente ao ataque da força militar, provocando a fuga desordenada da tropa. Após este fato, Conselheiro percebe que a pressão do governo republicano, da Igreja e dos latifundiários tendia a crescer. Então, reúne seus seguidores e abandona o Vale do Itapicuru, centro de suas atividades por muitos anos, partindo sertão a dentro, em busca da "Terra Prometida".

Em 29 de dezembro de 1896 tem início uma segunda expedição militar contra Canudos. Assim como a primeira, esta expedição foi violentamente debelada pelos Conselheiristas.

1897 – Tem início a terceira expedição contra Canudos; comandada pelo capitão Antônio Moreira César, conhecido como “o Corta-Cabeças”, por suas façanhas “heróicas” na Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul. Mas, acostumado aos combates tradicionais, Moreira César não estava preparado para eliminar Canudos, e foi abatido por tiros certeiros de homens leais a Antônio Conselheiro. A tropa foge em debandada, deixando para trás armamentos e munição. Para os conselheiristas, trata-se de uma prova cabal da "santidade" do beato de Belo Monte. Em 5 de abril do mesmo ano tem início a quarta e última expedição contra Canudos; desta vez o cerco foi implacável; até muitos dos que se rendiam foram mortos.

22 de setembro de 1897 - Morre Antônio Conselheiro. Não se sabe ao certo qual foi a causa de sua morte. As razões mais citadas são ferimentos causados por uma granada, e uma forte "caminheira" (disenteria).

Veja mais:

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O adeus a Les Paul



Les Paul (nome artístico de Lester William Polsfuss; Waukesha, Wisconsin - 9 de junho de 1915 - Nova Iorque, 13 de agosto de 2009.

Guitarrista, inventor e pioneiro no desenvolvimento de técnicas e instrumentos musicais elétricos.

Começou a se interessar por música aos 8 anos de idade, quando começou a tocar gaita. Logo aprendeu banjo e posteriormente guitarra. Aos 13 anos de idade já era guitarrista de música country e já tocava profissionalmente.

Deixou a escola aos 17, para tocar numa banda de Saint Louis, Missouri.

No final da década de 1930, formou seu primeiro trio, se mudou para Nova York e virou astro nacional do rádio.

Após participar de algumas bandas, Paul lançou seus dois primeiros discos em 1936: um deles com o nome de Rhubarb Red, e outro como músico da banda de Georgia White.

Paul e sua esposa, Mary Ford, emplacaram vários hits nas décadas de 1940 e 50, como "Mockin' Bird Hill" e "How High the Moon", que já apresentava algumas inovações fonográficas de Paul, como as faixas em múltiplas camadas.

No começo dos anos 40, começou a se aventurar na eletrônica e na amplificação, porque não gostava do timbre e da reverberação dos violões com corpo oco.

"O que eu queria era amplificar a vibração pura da corda, sem a ressonância da madeira se envolvendo no som", disse Paul certa vez, segundo nota divulgada pela Gibson. Ele também foi responsável por mudanças nas técnicas de gravação.

Em suas experiências, levou um choque que quase o matou. Em 1948, um acidente de carro esmagou parte do seu braço direito, mas ele pediu aos médicos que fizessem o gesso numa posição que lhe permitisse continuar tocando.

Em 1941, Paul criou uma das primeiras guitarras elétricas de corpo sólido, mas levou quase dez anos para aperfeiçoá-la, como funcionário da Gibson Guitar Corp.. Lançada em 1952, a Les Paul Goldtop se tornou uma sensação instantânea e ainda influencia a música, especialmente o rock.

Nos anos seguintes, a Gibson lançou, também de Paul, a Black Beauty, a Les Paul Custom, a Les Paul Junior e, em 1958, a Les Paul Standard, com seu captador "humbucker" e o design "sunburst", que continuam iguais há quase 50 anos.

Com a popularização do rock, no final da década de 1950, a carreira fonográfica dele e de Mary Ford começou a decair, e um programa de TV mantido por eles durante sete anos foi tirado do ar em 1960. O casal se divorciou em 1964.

Em 1977, ele e o guitarrista Chet Atkins lançaram um disco premiado com o Grammy, prêmio que ele voltaria a receber em 2005 por um álbum com convidados ilustres, como Buddy Guy, Eric Clapton e Keith Richards.

Ainda há poucos meses esse ícone do rock se apresentava regularmente numa boate de Nova York, mas ultimamente "entrava e saía do hospital", segundo seu advogado Michael Braunstein. "Ele foi uma pessoa histórica. Certamente deixou sua marca aqui na Terra e tinha muitíssimos amigos."

O guitarrista norte-americano Joe Satriani disse que Paul foi "o 'guitar hero' original, e a mais gentil das almas". Slash, ex-Guns N'Roses, afirmou que Paul era seu amigo e mentor, "um dos seres humanos mais estelares que já conheci".

A Gibson Les Paul é uma guitarra usada no mundo todo, tanto por profissionais quanto por amadores mais exigentes e conquistou músicos como Jimmy Page, Ace Frehley, Joe Perry, Adrian Smith, Peter Frampton, Duane Allman, Gary Moore, Paul McCartney, Jeff Beck, Dickey Betts, Neal Schon, Tom Scholz, Mike Bloomfield, Eric Clapton, George Harrison, Phil Campbell, Buckethead, Gary Rossington, Jonh Fogerty, Slash, Pete Townshend, Tommy Thayer, Daron Malakian, Zakk Wylde, Noel Gallagher, David Gilmour, Dave Grohl, Kirk Hammett, Marcus Siepen, Jay Jay French (Twisted Sister), Billie Joe do Green day e Mark Knopfler (Daire Straits). Alguns modelos podem custar até cem mil dólares.

Les Paul morreu de complicações de pneumonia no Hospital White Plains, em White Plains, Nova Iorque, ao lado de sua família e amigos. Paul é a única pessoa a ter sido incluída nos Halls da Fama do Grammy, do Rock, dos Inventores dos EUA e dos Artistas de TV dos EUA. Deixa quatro filhos, cinco netos e cinco bisnetos. O enterro será em Nova York.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Wilson Simonal, o Resgate.

NINGUÉM SABE O DURO QUE EU DEI, FILME DE CLAUDIO MANOEL

Vídeo Promocional do filme: Simonal - Ninguém sabe o duro que dei.



23 de fevereiro de 1938 - 25 de junho de 2000.

Coisas do Futebol Cabeça-Chata

No ano de 1971, uma final estranha marca o fim de um longo jejum de títulos do Ceará, depois de oito anos de espera por um título estadual. Ganhadores dos dois turnos, Fortaleza e Ceará partem para uma melhor-de-três. Na primeira partida, derrota do Fortaleza por 1 a 0. Na segunda, empate em 0 a 0. Na terceira partida, Mimi abre o placar para o Leão. Após o adversário empatar, Mimi desempata. Após o tempo regulamentar, o árbitro marca falta inexistente na entrada da área tricolor. Durante a discussão, a cobrança é feita e a bola entra no gol. A torcida do Fortaleza invade o gramado do Estádio Presidente Vargas, sendo seguida pela torcida adversária. Acontece uma batalha campal no gramado do estádio. No dia seguinte, aparece uma súmula afirmando que o jogo terminou em 2 a 2. Nos bastidores de nosso futebol afirma-se que não foi o árbitro Armando Camarinha quem a redigiu e assinou. Ele no entanto, fugiu do estado e nunca mais apitou no futebol. Naquele ano, o futebol se desmembra da Federação Cearense de Desportos e aparece a Federação Cearense de Futebol.

Colaboração de Henrique Cesar Pinheiro.

Senado Federal

Um homem passa pela porta do plenário do Senado e escuta uma gritaria vinda de lá de dentro:

"Cangaceiro! Filho da mãe! Ladrão! Salafrário! Assassino! Traficante! Mentiroso! Pedófilo! Vagabundo! Sem Vergonha! Preguiçoso de Merda! Vendido! Assaltante!..."

Assustado, o homem pergunta ao segurança parado na porta:

- "O que está acontecendo aí dentro, estão brigando?"

- "Não - responde o segurança - Acho que estão fazendo a chamada"...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Madredeus, o Portugal contemporâneo.

Com influências díspares como o Fado, o Pop Rock e o Erudito, o grupo português Madredeus, de várias formações, mostra uma música moderna digna de se chamar contemporânea e universal mantendo sua natural latinidade.

Coisas Pequenas

Gripe Suina em Cordel

A mídia agora só fala
Na tal da gripe suína
Criada por americanos
Pra vender nova vacina
Já que caíram as vendas
Da velha penicilina.

Criaram a gripe do frango
A tal da gripe aviária.
Como a moda não pegou
Mudaram a culinária.
Deve ser a mesma receita
Com outra indumentária.

Devemos nos preparar
Pois virá gripe bovina.
Depois teremos mais outra
Que chamarão de caprina.
Círculo que não se esgota
Prepare-se pra gripe ovina.

Mas já está comprovado,
A engenharia genética
Criou o vírus dessa gripe
De forma jamais hilética.
Lucram os laboratórios
Com essa falta de ética.

A doença até tem causado
Em todo tipo de cidade
Uma mudança de vida
Por conta da enfermidade.
Comércio está morrendo
Com essa fatalidade.

Na minha pequena cidade,
Joãozinho de Marina
Sustentava sua família
Vendendo carne suína.
Mas com a queda nas vendas
Mudou pra carne caprina.

Agora inventou um novo
Modo de faturamento
E vai processar linguiça
Com carne de jumento,
Pois não inventaram vírus
Até o presente momento.

Nessa cadeia alimentar
A raça dos asininos,
Deverá ser a última
Pois temos ainda os caninos
Bem apreciados por gente
Que tem olhos pequeninos.

Pensando desta maneira
Montou Joaozinho um frigorífico.
Até importou jumento
De longe, lá do Pacífico.
Nesse novo investimento
Teve lucro magnífico.

Os portugueses que vendem
Sanduíche de pernil
Estão comprando jumento,
No Ceará, em Tamboril.
Na cidade não se vê
Mais nenhum velho cabril.

Pois foram modificados
Para abrigar mais jumento.
Tudo para aproveitar
A onda desse momento
É nosso cabeça chata
Mostrando conhecimento.

Enquanto não se inventa
Um novo medicamento
Pra nova onda de gripe
Que há de ser do jumento,
Joaozinho ganha milhões
Marina, toda feliz,
Mostra seu contentamento.


HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA,AGOSTO/2009